A escassez de água e de pasto para o gado voltou a mergulhar os municípios de Camucuio e Cacimbas, na província do Namibe, num ciclo de violência que já dura décadas. No último fim-de-semana, confrontos entre os grupos etno-linguísticos Nyaneka-Humbi e Kuvale provocaram, para além da morte de 12 pessoas, a destruição por fogo de 11 aldeias e a fuga de mais de 300 famílias, que se refugiaram em busca de segurança
O que fez despoletar a violência foi, mais uma vez, a disputa pelo acesso à represa de Mulovei, considerada a única fonte de água potável da região, construída ainda no período colonial para abastecer fazendeiros e hoje partilhada por criadores tradicionais de gado.
O jornal OPAÍS esteve no local e, de acordo com as autoridades locais, os atritos entre Nyanekas- Humbi e Kuvales não são recentes. Há décadas, ambos os grupos disputam o direito de utilizar a represa e as zonas de transumância que permitem o abeberamento do gado.
As tensões têm sido marcadas pelo uso de armas brancas como flechas, catanas, facas e zagaias. Desta vez, contudo, o cenário foi mais grave. No sábado (16), uma equipa de vacinação que se deslocava a Mulovei encontrou centenas de jovens armados, preparados para atacar. .
POR:João Katombela, enviado ao Namibe
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