O Caminho-de-Ferro de Mocâmedes (CFM) anunciou que, a partir de hoje, o preço do bilhete do comboio que opera no Namibe, Huíla e Cuando contará com novos preços
A informação foi avançada ontem em exclusivo ao OPAÍS pelo director do Gabinete de Comunicação e Marketing do CFM, Yuri Futi, tendo dito que as alterações que se registam nos preços a partir de hoje, devemse, entre outros factores, pela subida do preço do gasóleo.
De acordo com o responsável, a empresa ferroviária realizou recentemente um estudo visando a melhoria dos serviços prestados ao utentes pela empresa que representa, para o alcance da satisfação das necessidades de ambas as partes.
Assim, o comboio Moçâmedes/Biba e vice-versa, passa de AOA 500,00 para 1.250,00; Lubango/Matala sai de AOA 950,00 para 1.500,00, ao passo que a corrida de Lubango para a cidade de Menongue, capital da província do Cuando, passa de AOA 3.860 para 4.500,00. “Dizer que estes preços foram alterados na 3.ª classe que por sinal é a mais procurada.
Esta alteração serve para garantir a sustentabilidade operacional e a contínua melhoria dos serviços, a subida do gasóleo acaba por também fazer parte, sim”, revelou.
De acordo com Yuri Futi, a alteração dos preços nos serviços do CFM abrange igualmente os comboios urbanos nas três províncias, particularmente nos municípios de Mocâmedes e Sacomar no Namibe, Lubango, Capunda Cavalinho, Chicungo, Dongo, Jamba e Comuna do Chamutete, na província da Huíla e alguns municípios do Cuando.
Utentes temem subida dos preços dos produtos nacionais usados na cesta básica Alguns utentes que falaram à nossa reportagem em torno da subida dos preços nos Comboios do Caminho-de-Ferro de Môçamedes, têm que a média possa vir a se reflectir negativamente na vida das populações, fruto do poder de compra que muitas famílias vêm perdendo diariamente.
Mateus Bruno Xavier, professor em Moçâmedes, na província do Namibe, disse que toda a alteração que se regista no sector dos transportes terá sua implicância na vida das famílias. “Foi uma má medida. Em qualquer parte do mundo, o comboio é o meio de transporte mais barato, logo, sair de 500,00 para 1.250,00 é matar os utentes de comboio, eles usam o comboio porque não conseguem pagar os autocarros e os Hiaces.
Às terças-feiras e às sextas-feiras, o comboio traz muitos produtos da Bibala, criou-se uma praça em zona contígua à estação e boa parte dos cidadãos recorre àquela praça para adquirirem os produtos a bom preço e com esta subida, os produtos poderão subir e alguns deixarão de usar o comboio.
Entendo que estava muito barato, mas deveriam subir para 650,00”, disse. Angelino Balandungo Garcia, estudante de economia na Universidade Mandume Ya Ndemufayo, disse que esta é apenas uma das consequências da retirada dos subsídios pelo Governo, cujas consequências traduzem-se na inflação de bens e serviços de amplo consumo. “A dedução dos subsídios ao gasóleo e o aumento de 50% do preço do gasóleo elevam os custos operacionais do CFM com o combustível, provocando a subida das tarifas.
Técnicamente, os subsídios aumentam o poder de compra, e os impostos reduzem o poder de compra devido à diferença que será incrementada ao preço anterior, isto é, economicamente falando, do ponto de vista social, a situação agrava, reduzindo as transacções ou notando-se baixa procura dos produtos transportados pelo comboio, que por sua vez reduzirá as poupanças dos cidadãos, assim como haverá redução do número de estivadores no CFM e aumentará o número de mendigos e bandidos”, apontou.
Por: João katombela,na Huila