O ministro de Estado e Chefe da Casa Militar do Presidente da República, Francisco Furtado, reafirmou nesta segunda-feira, em Luanda, o compromisso do país com a materialização do Quadro de SENDAI para a Redução de Riscos de Desastres e com a Agenda 2030 das Nações Unidas (ONU)
O Quadro de SENDAI é um acordo internacional de 15 anos (2015- 2030) adoptado pela ONU para reduzir substancialmente os riscos de desastres em todo o mundo. O governante discursava na abertura da Conferência Nacional sobre Integração de Estratégias para a Redução de Riscos e Resposta a Emergências, realizada pelo Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, no âmbito do Dia Internacional para Redução de Riscos de Desastres, que hoje se assinala.
Focou-se, particularmente, no 13° Objectivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que convoca para uma acção urgente de combate aos impactos das alterações climáticas. Referiu que a integração das estratégias de redução de riscos de desastres, mudanças climáticas e gestão ambiental constituem uma prioridade das políticas públicas do Executivo angolano, orientadas para a resiliência, segurança e sustentabilidade do desenvolvimento nacional.
Neste sentido, sinalizou os investimentos e o empenho do Governo angolano na construção de importantes infra-estruturas como o canal do Cafu, barragens do Ndue e Calucuve, no Cunene, bem como acções similares nas províncias da Huíla e Namibe, para o combate à seca. Estas iniciativas, disse, são acompanhadas com a actualização do Plano Estratégico de Redução de Riscos de Desastres, Plano Nacional de Contingência, criação de Comités locais de gestão de riscos de desastres e promoção de formações e exercícios práticos para melhorar a capacidade de resposta a todos os níveis.
Afirmou que a história recente demonstra que os desastres aumentam na mesma proporção em que os riscos se constroem, tanto pela acção humana quanto pelas mudanças naturais e tecnológicas, causando consequências graves para as comunidades, a economia e o meio ambiente.
Angola tem enfrentado seca cíclica no sul do país, cheias e inundações nas regiões norte, centro e leste e ventos fortes e erosões, além de acidentes graves e incêndios urbanos e florestais, colocando à prova a capacidade de resposta do sistema de protecção civil, segundo o ministro de Estado.
Citou como exemplo mais marcante o acidente, recentemente, ocorrido na Serra da Leba, província do Namibe, que vitimou dezenas de pessoas. Esse episódio, no seu entender, reforça a importância de se fortalecer o atendimento pré-hospitalar e a capacidade de resposta rápida e coordenada entre os diferentes actores de resposta à emergência do sistema nacional de protecção civil.
Por outro lado, defendeu o contínuo investimento na ciência, tecnologia e inovação, integrando os dados meteorológicos, hidrológicos e geoespaciais com os sistemas de planeamento territorial, para garantir a tomada de decisões baseadas em evidências e fazer face às alterações climáticas.
A Conferência Nacional sobre Integração de Estratégias para Redução de Riscos e Resposta tem a duração de um dia e reserva a abordagem de matérias ligadas ao “Sistema Integrado de Atendimento Pré-hospitalar em Acidentes Graves”, “O Papel do Atendimento Pré-hospitalar na Redução da Mortalidade por Acidentes”, “Sistemas de Transporte Aéreo de Pacientes”, entre outros assuntos.
O evento, subordinado ao tema “Financiar a Resiliência, não os Desastres”, visa fortalecer a capacidade nacional de redução de riscos de desastres, atendimento préhospitalar integrado e prevenção de incêndios em edificações.