Mais de 1,3 milhões de pessoas continuam a ser afectadas pela seca nas províncias do Cunene, Huíla e Namibe, situação que tem provocado perdas financeiras significativas para agricultores, criadores de gado e agravado as vulnerabilidades sociais nestas províncias. Com o intuito de mitigar o impacto deste problema, será apresentada nesta quinta-feira, 26, em Luanda, a nova Ferramenta de Apoio à Tomada de Decisão de Políticas ao Combate à Seca no Sul de Angola
A solução resulta de uma parceria entre o Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), através do Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (GGPEN), e o Massachusetts Institute of Technology (MIT), por via do Space Enabled Research Group, do MIT Media Lab.
O sistema, desenvolvido ao longo dos últimos dois anos, tem como objectivo principal combinar os dados ambientais obtidos via satélite, análises de vulnerabilidade socio-económica e ferramentas de apoio à decisão num único ambiente operacional, permitindo aos decisores políticos e parceiros técnicos antecipar os riscos, planear intervenções e gerir os recursos com mais eficácia nas zonas mais afectadas.
Após a fase de testes, a ferramenta encontra-se agora pronta para ser explorada e adoptada pelas instituições parceiras, e tem um potencial para se tornar um instrumento vital no combate estruturado à seca no país.
Financiamento da NASA
O desenvolvimento do sistema contou com apoio financeiro da Agência Espacial Norte-Americana (NASA), que em Maio de 2022 atribuiu um financiamento (grant) de 550 mil dólares à equipa de pesquisa liderada pelo MIT.
O montante permitiu o desenho da solução tecnológica orientada especificamente às necessidades de Angola, reforçando a capacidade nacional de resposta a eventos climáticos extremos com base em tecnologia espacial e ciência de dados.
Durante a cerimónia de apresentação, os responsáveis técnicos do GGPEN e do MIT farão uma demonstração prática da utilização da plataforma, para explicar o seu funcionamento, aplicações práticas e próximos passos para a sua institucionalização no aparelho do Estado e adopção por parceiros humanitários e da sociedade civil.