Em Novembro de 2022, a Huawei e o MINTTICS assinaram um memorando de entendimento para a formação de talentos digitais locais, incluindo uma ampla gama de treinamentos técnicos e profissionais.
Nesta quarta-feira, 17 de Julho, em Luanda, durante a cerimónia de premiação do treinamento em TIC, o vice-presidente da empresa, Vincent Wen, disse que o projecto responde às necessidades de desenvolvimento do ecossistema de talentos do governo angolano, contribuindo para o crescimento da economia digital e da sociedade em geral.
Assim sendo, no total, foram formadas 14 turmas até Julho, e 140 alunos foram seleccionados como exemplares. Os alunos provêm de instituições como a Escola de TIC da C.P LOGO, CISP, IPIL, ISPEKA, ISPTEC, ZAP, Angola Telecom e Startel. Há vários cursos nas áreas de 5G, cibersegurança, armazenamento e transmissão de dados.
A Huawei planeia utilizar os investimentos existentes no seu parque industrial para construir a academia de Formação de TIC da África Austral no país. O dirigente admitiu que o futuro centro será um ponto de formação e desenvolvimento profissional para os jovens angolanos, proporcionando-lhes uma base sólida para o emprego e crescimento na área das TIC.
Serão criadas três academias, a academia de liderança, a academia de tecnologia e a academia de talentos, oferecendo cursos para diferentes grupos, incluindo funcionários públicos, parceiros e clientes da Huawei, estudantes universitários e profissionais de TIC.
A Huawei, como representante das empresas tecnológicas chinesas em Angola, operando no país há mais de 20 anos, pretende continuar a colaborar com o MINTTICS no futuro, através do projecto de capacitação de talentos em TIC, para criar valor social e comercial, apoiando a formação de talentos digitais em Angola.
Ex-formandos preparados para os desafios do mercado trabalho
Emanuel Capote, finalista do curso de engenharia de redes e telecomunicações, no Instituto Superior de Tecnologia Politécnico de Ciências (INSUTEC), considera esta uma grande oportunidade para os jovens, porque são formações específicas com um valor de pagamento muito caro noutras plataformas.
Estão a fazer a formação de modo gratuito e terão a oportunidade de obter uma certificação internacional, o que os coloca em pé de igualdade com outros estudantes a nível do mundo.
“Ainda não trabalho, mas, com a formação adquirida, estou capacitado para enfrentar os desafios do mundo laboral, e espero que as empresas possam abrir as portas para mim”, disse.
Já Margarida Kizua, de 46 anos de idade, funcionária da Telecom, que também foi escolhida entre os dez melhores formandos do grupo, considera que a parceria é positiva, e diz existir bastante interacção entre os professores e alunos e, com a formação concluída, vai colocar em prática tudo que aprendeu no seu local de trabalho.
Aponta como uma das dificuldades a falta de professores que falam português, pelo que sugere que devem ser encontrados formadores que falem fluentemente a língua portuguesa para facilitar a interacção do programa.
Matias Manuel da Silva Borges: Houve um bom aproveitamento dos alunos
O director nacional das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, Matias Borges, referiu que foram mais de 18 cursos ministrados e teve uma boa adesão por parte dos jovens, que terminaram a sua licenciatura a nível das universidades.
“Houve também um bom aproveitamento no final, que nos agrada, porque foram cursos muito bons e, a nível do mercado, se espera também encontrar muitos técnicos nesta área”, avançou.
Considera também que a parceria com a empresa Huawei tem sido bastante positiva, não só para estudantes que estejam a sair das universidades, como também os que estão a terminar o ensino médio.
Sem precisar a data, manifestou ainda que, nos próximos dias, poderão identificar os melhores estudantes das universidades a nível de Luanda, para frequentarem uma outra formação no exterior do país, através da parceria feita com a Huawei.