Apesar de a sua venda ser proibida, os manuais escolares da 1ª a 6ª classe chegam a ser comercializados nos mercados a preços que variam dos 2000 a 6500 kwanzas. Os mercados do São Paulo e Asa Branca, em Luanda, são os principais pontos escolhidos pelos encarregados para a compra dos manuais
Com o arranque do ano lectivo, a demanda tem sido maior e, com isso, segue-se a subida dos preços dos materiais didácticos nos mercados do Asa Branca e São Paulo, principais pontos de venda destes produtos. O negócio dos manuais escolares é detido por mulheres, tendo algumas escolhido vender este produto (que é proibido) para ver se conseguem garantir o sustento das suas famílias. Adelina Afonso, de 40 anos de idade,é vendedeira, no mercado da Asa Branca, de livros da iniciação até a sexta classe.
Cada livro, aquando do início das aulas, é vendido por si no valor de 3.500 a 6500 kwanzas, dependendo da classe, e a procura é grande. Já a meio do ano lectivo é a altura em que ficam quase sempre às moscas. Os manuais de Língua Portuguesa, de todas as classes, são os que mais preços altos têm, em relação aos demais. “O livro de Língua Portuguesa da 2ª classe, por exemplo, teve pouca distribuição no começo do ano escolar e atingiu o preço mais alto, 4.000 mil kwanzas, neste ano”, disse.
Segundo Adelina Afonso, no segundo mês de aulas, a situação fica um pouco mais tranquila, uma vez que recebem mais produtos e este aumento contribui para a redução dos preços. Assim, o livro de Língua Portuguesa da 2ª classe baixa de preço para 2.000 kwanzas, e das outras classes, até à 6ª, baixa para mil kwanzas cada um. “Os outros livros que compõem o kit dos alunos no meio do ano lectivo chegam a custar cada 500 kwanzas”, disse, garantindo que tem como fonte dos produtos algumas gráficas, que prefere não dizer o nome, para não perder.