A TAAG (Linhas Aéreas de Angola), realizou, neste domingo, 19 de outubro, as primeiras operações de voos intercontinental de passageiros, no novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto (IAAN), culminando, desta maneira, com a quarta e última fase de transição de aeronaves do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, para aquela nova unidade aeroportuária, no município do Bom Jesus, província de Icolo e Bengo
Num cenário carregado de expectativa e bastante ansiedade, quer da parte dos passageiros como de toda equipa operativa envolvida, o jornal OPAIS madrugou para acompanhar o feito histórico que eram as primeiras operações intercontinental realizadas ontem às primeiras horas.
Contas feitas, conforme testemunhamos, no intervalo das 03 às 04 horas da madrugada foram os desembarques dos voos regionais provenientes de Joanesburgo, África do Sul, que aterrou, com sucesso, em solo angolano, com 97 passageiros a bordo, e de Lagos, na Nigéria, que trazia 68 pessoas.
Já a primeira operação intercontinental, realizada no AIAAN, foi através da aeronave Boeing 777-300ER da companhia de bandeira nacional, às 06:35 minutos, que completou com sucesso a rota Lisboa – Bom Jesus, com 279 passageiros a bordo, entre nacionais e estrangeiros.
A realização destas operações marca, assim, a transferência por completo de todos os voos da TAAG para o actual novo Aeroporto António Agostinho Neto, inaugurado a 10 de Novembro de 2023 pelo Presidente da República, João Lourenço. A operação de ontem, considerada histórica, mexeu com o sentimento de muitos passageiros que, pela primeira vez, aterraram naquela unidade aeroportuária proveniente de outras latitudes.
O misto de emoção, ansiedade, medo e felicidade, tomou conta dos passageiros que aterraram primeira vez no Aeroporto Internacional António Agostinho Neto. É o caso de António Mariano, cidadão de nacionalidade portuguesa.
António Mariano compõe os cerca de 300 passageiros que aterraram a bordo do voo proveniente de Lisboa. Em entrevista ao Jornal OPAIS, o passageiro contou a experiência de ser dos primeiros a desembarcar no país, tendo, de seguida, mostrado a sua admiração pela magnitude da infraestrutura que compõe o novo Aeroporto. ”Foi uma experiência boa e simpática.
O desembarque foi calmo e, à saída do avião, tivemos uma recepção com palmas. O aeroporto é moderno e desejo que tenham muitos turistas, que é essencial para a economia de Angola”, frisou.
A honra de fazer parte dos primeiros Já Filipa António, residente no São Paulo, município do Sambizanga, em Luanda, com as malas feitas para embarcar no voo com destino a Joanesburgo, maior cidade da África do Sul, numa conversa descontraída, exprimiu, igualmente, o seu sentimento em fazer parte dos primeiros passageiros a embarcar para o exterior a partir do Aeroporto Internacional António Agostinho Neto.
”É uma honra fazer parte dos primeiros passageiros no dia da abertura da rota internacional do aeroporto. Sinto-me feliz por isso”, afirmou. Para não chegar atrasada ao novo Aeroporto, devido à distância do seu ponto de partida, Filipa afirmou que teve de se levantar muito cedo e chamar um táxi por aplicativo. ”Chamei um Heatch. Foi muito rápido e foi muito bom, mas tive de acordar muito cedo para não perder o avião”, salientou.
A busca de outros sonhos através do novo Aeroporto Por sua vez, Gervásio Coutinho, proveniente da província do Huambo, com o bilhete de ida à cidade de São Paulo, na República Federativa do Brasil, para a consolidação de uma formação profissional, manifestou regozijo pelo que constatou nas instalações do novo Aeroporto.
Há uma semana em Luanda, o passageiro revelou que não teve dificuldades em se deslocar de Luanda ao Icolo e Bengo, a nova província detentora da maior unidade aeroportuária do país. ”Não tive dificuldades. Parti com a Yango desde Viana até aqui, e foi uma pequena viagem tranquila”, afirmou.
De acordo com Gervásio, a localização do novo Aeroporto é bastante estratégica, acrescentando que as infraestruturas não deviam ficar nos centros da cidade, dando exemplo de outros países cujos aeroportos encontram-se em regiões mais remotas, como é o caso do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, Brasil.