sob o lema a “Resiliência da Mulher Africana: o contributo ao sector da Agricultura para a adaptação às alterações Climáticas”, Angola acolhe hoje a I Conferência Regional sobre as Alterações Climáticas, cujo acto de abertura será presidido pela vice-presidente da República, Esperança da Costa
Numa iniciativa da Organização Pan- Africana da Mulher (OPM), a vice-presidente da República, Esperança da Costa, preside essa manhã, em Luanda, a I Conferência Regional sobre as Alterações Climáticas, depois de ter recebido ontem as representantes da OPM, na cidade Alta.
A secretária-geral da Organização da Mulher de Moçambique (OMM), Mariazinha Niquice, que falava à imprensa angolana, à saída da audiência que lhe foi concedida pela vice-presidente da República, Esperança da Costa, traçou os objectivos do seu país nesse certame.
A participação de Moçambique nesta conferência, sob a égide da Organização Pan-Africana da Mulher, vista a troca de experiência dadas às especificidades climatéricas e de fenómenos naturais que cada um dos países da região austral tem estado a viver.
“Moçambique, nos últimos anos, tem estado a sofrer com cheias, furações, vendavais e que, apesar da organização do nosso Governo, com a criação de um comité de Gestão para os desastres naturais, assim como uma comissão para mitigar os efeitos das calamidades naturais, ainda assim, continuamos a passar por essas situações”, lamentou. Face a essas situações, a secretária-geral da OMM, braço feminino da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), defende a necessidade de troca de experiências com os países participantes ao congresso, pois uns são mais afectados com a seca, caso de Angola na região sul, vendavais, ciclones e cheias, sendo que os dois últimos mais afectam o seu país.
Daí que se se conseguir mitigar esses fenómenos ao nível da região, ao mesmo tempo passar-se- á a mesma experiência ao nível do continente e quiçá do mundo. Todavia, embora o Presidente Filipe Nyusi tenha sido premiado como “Campeão de Gestão de Desastres Naturais”, não significa que a situação no seu país esteja combatida.
O congresso
A iniciativa é da Organização Pan-Africana da Mulher (OPM) e propõe-se apresentar a visão das mulheres do continente quanto à resolução de questões em torno das alterações climáticas, recolhida através de debates, cujas conclusões serão apresentadas numa declaração final, que a posterior será remetida aos Chefes de Estado africanos, para poderem contar com o apoio das mulheres nas acções ligadas aos fenómenos climáticos. A OPM, que integra a maior parte dos países de África, tem trabalhado com a União Africana, influenciando a implementação do Estatuto da Mulher no continente e o Protocolo de Maputo, que trata da questão do empoderamento.
Entre outras acções, a organização pro- põe-se a apoiar e defender as mulheres africanas vítimas dos conflitos políticos, do terrorismo e dos conflitos armados. De referir que, além da secretária-geral da OMM, Mariazinha Niquice, a vice-presidente da República recebeu em conjunto a vice-ministra da Igualdade do Género, Erradicação da Pobreza e Bem-Estar da Namíbia, Bernadette Maria Jgger, a secretária adjunta do Conselho de Mulheres da Swapo, Maria Mukano Ntusi, a secretária do Departamento das Relações Inter- nacionais da OMM, Beccas Silva e a assessora da Secretaria Regional, Amália Alexandre.
OMM condena conflitos em Cabo-Delgado
A Organização da Mulher de Moçambique condena com veemência os conflitos que ainda persistem na província de Cabo-Delgado, deixando a mulher em condições de maior vulnerabilidade, em consequência dos ataques terroristas naquela região norte do país, defende a secretária-geral da Organização da Mulher de Moçambique (OMM), Mariazinha Niquice. Antes do certame, que vai decorrer sob o lema a “Resiliência da Mulher Africana: o contributo ao sector da Agricultura para a adaptação às alterações Climáticas”, a também representante da Organização pan- Africana da Mulher (OPM) manifestou-se indignada com o cenário que ainda se assiste na província moçambicana de Cabo Delgado.
No entanto, apesar desse impasse, a responsável acredita nas investidas que o seu Governo tem estado a fazer para inverter o quadro, sobretudo pelo engajamento de jovens militares que constituem o maior número daquelas forças de modo a que a paz volte a reinar naquele terri- tório mais a norte de Moçambique. “Qualquer coisa que aconteça de anormal, a mulher é que mais sofre. Neste momento, quando vamos aos centros de reassentamento encontramos as mulheres e as crianças em maior número. Mas nesse local não é o melhor local em que a mulher devia estar.
Elas de- viam estar livres”, defendeu a responsável da OMM. por essa razão, apela à população em geral do seu país a continuar a estar vigilantes, exemplificando que o inimigo só entra em uma casa quando alguém abre a porta, daí que na sua tradição se tem dito que “o feiticeiro não chega à casa de outrem sem que alguém abra a porta. Estamos a trabalhar no sentido de fecharmos o cerco, redobrando a vigilância”.