O líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, teceu, nesta quarta-feira, 15, críticas ao desempenho da Assembleia Nacional (AN) ao longo dos 50 anos de independência de Angola, salientando que, apesar de o órgão ocupar um lugar central e estratégico, frequentemente falha em cumprir o seu papel de mediador entre a sociedade plural e o Estado.
Em declarações à imprensa, Adalberto Costa Júnior começou por sublinhar a importância central da Assembleia Nacional como o espaço em que os angolanos se encontram, com expressão da pluralidade do país. Contudo, ressalvou que, na prática, o país tem estado longe desta realidade, com a expectativa dos cidadãos a não ser correspondida.
O político focou-se na urgência das reformas, como as autarquias, essenciais para uma melhor organização do serviço ao cidadão, numa altura em que Angola enfrenta uma realidade gravíssima de crise económica e social.
O líder da UNITA defendeu que a Assembleia deve ser “lprotagonista de soluções, mas admitiu que a performance do órgão tem sido inconstante ao longo das últimas cinco décadas.
“Nos 50 anos, a Assembleia cumpriu várias vezes o seu papel, noutras não cumpriu. Hoje, estamos com o desafio de recuperarmos efetivamente o papel de protagonistas deste espaço de debate institucional. A Assembleia está muito dependente das ordens superiores também, a este nível”, declarou Costa Júnior.
Questionado sobre o futuro, Adalberto Costa Júnior manifestou a esperança de “mais inclusão” e “mais país real”, defendendo que Angola não tem nenhuma razão para os problemas sociais e económicos que tem hoje, dado ser um dos países mais ricos em recursos. Para o futuro, o líder partidário advoga que o capital humano deve ser a prioridade, e não os recursos naturais como os diamantes e o petróleo.