No âmbito das celebrações do 46.º aniversário da sua fundação, o Ministério do Interior (MININT) promoveu, ontem, em Luanda, uma tertúlia sobre o seu percurso histórico e o papel na consolidação da segurança pública como pilar da soberania nacional. O evento contou com a presença de figuras emblemáticas da história do órgão, como antigos ministros, comandantes-gerais da Polícia Nacional e membros do Conselho Consultivo, num ambiente de homenagem, reflexão e reafirmação de compromissos institucionais
O ministro do Interior, Manuel Homem, encabeçou a sessão, ladeado pelo secretário de Estado Cristiano Mário Ndeitunga, o comissário-chefe reformado Salvador José Rodrigues “Dodó” e outras personalidades ligadas ao sector da segurança pública.
“Servir com Integridade e Proteger com Autoridade” é o lema das festividades do 46.º aniversário do Ministério do Interior, cuja abertura teve lugar no passado dia 10 de Junho.
Raízes históricas e evolução institucional A tertúlia desta segunda-feira destacou os marcos estruturantes do MININT desde a sua génese em 1979, passando pelas fases de transição política no período pós-independência, até às sucessivas reestruturações institucionais que moldaram a sua missão actual.
Durante a sua intervenção, o comissário-chefe Salvador Rodrigues traçou um panorama histórico, recordando a criação da Secretaria de Estado da Ordem Interna em 1978 e a posterior transformação em Ministério do Interior, em 1979, por via da Lei n.º 7/79, de 22 de Junho.
O responsável fez também referência à distribuição inicial da pasta à FNLA, no quadro do Governo de Transição resultante dos Acordos de Alvor. Salvador Rodrigues afirmou que o MININT nasceu com a missão de garantir a ordem interna num contexto de guerra civil e reconstrução, agregando órgãos como a Polícia Nacional, o Serviço Penitenciário, o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), o Serviço de Investigação Criminal (SIC) e os Bombeiros, que ao longo dos anos foram sendo reorganizados em função das exigências da sociedade e das mudanças políticas.
Homenagem aos pioneiros e apelo à renovação geracional
Num dos momentos mais emotivos da tertúlia, os presentes assistiram à exibição de um vídeo institucional que homenageou os homens e mulheres que contribuíram, com coragem e, nalguns casos, com a própria vida, para a construção de um Ministério comprometido com a paz e a segurança do povo angolano.
O comissário-chefe na reforma (Dodó) lançou ainda um apelo à passagem geracional, referindo que “há um tempo para tudo”, e incentivou os quadros mais antigos a darem espaço aos mais jovens para prosseguir com o legado.
“Se continuarmos a ocupar o espaço, quando será a vez dos nossos filhos e netos?”, questionou, com franqueza. O orador recordou que o MININT tem evoluído permanentemente visando dar resposta às exigências contemporâneas – tendo sublinhado a importância da requalificação do edifício-sede do Ministério e a inauguração de novas infraestruturas, como o recente centro da Polícia Fiscal e da CACOAC, como sinais claros da aposta na modernização e dignificação dos seus efectivos.
Referiu também a separação, ao longo do tempo, de áreas que compunham o antigo “macro ministério”, como a criação do Ministério da Segurança do Estado e a autonomização dos serviços de inteligência e contrainteligência, como passos naturais de uma administração mais especializada e funcional.