O secretário-geral da FRELIMO, Chakil Abobacar, admitiu, neste sábado, 18, em Benguela, onde visita empreendimentos socio-económicos, que a população só irá entender a razão da luta de libertação quando tiver acesso à água potável, energia de qualidade e a infra-estrutura, ao recordar, socorrendo-se da máxima de António Agostinho Neto, que o “mais importante é resolver os problemas do povo”.
Constantino Eduardo, em Benguela
O político moçambicano refere que, nos dias que correm, a reflexão no seu país tem sido à volta de como é que se deve servir verdadeiramente o povo, tendo, segundo disse, encontrado resposta na máxima de Agostinho Neto de acordo com a qual “o mais importante é resolver os problemas do povo”.
“Servir o povo. O que é que isso significa? Hoje, com muita clareza, encontramos a resposta, resolver os problemas do povo. Quando resolvemos os problemas do nosso povo, quando nosso povo tiver acesso à água potável, energia de qualidade, as vias de acesso, infra-estrutura e saúde e educação de qualidade, permitimos, de facto, que a nossa sociedade, a nossa população irá compreender, com muita facilidade, a razão e a essência da nossa luta de libertação nacional”, salienta.
Em relação ao estado de cooperação partidária, o secretário-geral assume a abertura de um novo caminho político na construção da irmandade entre o MPLA e a FRELIMO, com a sua vinda a Angola. O dirigente do partido governante em Moçambique manifestou o desejo em ver o seu homólogo angolano, Paulo Pombolo, que o apanha na vista a Benguela, a deslocar-se a Maputo, capital daquele país do índico.
“Juntos vamos continuar a edificar projectos concretos que visam consolidar essa nossa relação de amizade e cooperação”, projecta o político moçambicano, tendo elogiado o nível de organização dos camaradas em terras de ombaka.
Por sua vez, o secretário-geral do MPLA, Paulo Pombolo, lembra da história comum existente entre as duas forças políticas, citando, a título de exemplo, o facto de as duas agremiações estarem a assinalar 50 anos desde que libertaram os países do regime colonial.
“Não temos sido, digamos assim, acertivos na exploração das nossas capacidades em termos económicos”, admite, dando, contudo, conta da assinatura de um protocolo de cooperação entre os dois partidos “e vamos se, nos próximos anos, melhorarmos essa parte de troca de informações, mas explorar melhor a parte económica”, sugere.
Por sua vez, o primeiro secretário do MPLA, Manuel Nunes Júnior, limitou-se a dar nota das potencialidades do corredor do Lobito, realçando o papel estratégico das duas principais empresas, Porto do Lobito e o Caminho-de-ferro de Benguela, no transporte, armazenamento e exportação de minério, proveniente da República Democrática do Congo, e que tem seguido viagem para a Europa e América.