O ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, exortou recentemente na cidade do Lubango, Huíla, os governadores provinciais a desburocratizarem ao máximo o processo de cedência de terrenos para a prática da agricultura, sobretudo para a industrial, com vista a fomentar o agro-negócio em todo o país e reduzir as importações
A previsão do Executivo, de acordo com o ministro da Agricultura, Isaac dos Anjos, é de que até 2030, cada uma das 21 províncias do território nacional tenha pelo menos mil empresários que actuem no sector da agricultura.
O governante disse que, para o efeito, é necessário que haja flexibilidade dos governos provinciais na cedência de terrenos para os investidores nacionais ou estrangeiros, que queriam investir de facto no território nacional, com vista a criar um maior número de empregos para a juventude local.
O governante avançou que é urgente que em cada província das 21 surjam empresários para que se possa superar os actuais níveis de produção nacional, que ainda não satisfazem as necessidades de consumo do país. Isaac dos Anjos disse que esta seria uma das melhores formas de aproveitar o potencial agrícola e pecuário de Angola.
“Estamos a pedir aos governos provinciais que partamos este ano com 400 novos empresários. Em todos os anos temos que crescer, no próximo ano mais 200, no pós-próximo mais 350 para chegarmos em 2030 com mil e 15 empresários, em cada província, empresários agrícolas”, reiterou.
Por outro lado, o ministro garantiu que, para a materialização deste desiderato, o Ministério que dirige já está a trabalhar na criação de condições, que vão desde a produção de ração animal, preparação de solos para práticas agrícolas e outras.
Intervenção nos Institutos de Investigação Veterinária
O ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, garantiu, na cidade do Lubango, que vai trabalhar na dinamização do sector de modo a torná-lo o principal contribuinte para o Produto Interno Bruto (PIB), que ainda é bastante dependente do petróleo.
Durante o encontro que manteve com o Governador Provincial da Huíla, Isaac dos Anjos, que disse que este é um dos objectivos que o faz realizar um périplo às províncias da Huíla e do Cunene, para avaliar o actual estado do sector nestas parcelas do país.
Na província da Huíla, o ministro visitou alguns municípios que fazem parte do triângulo do milho, para constatar os níveis de produção deste cereal e promover a produção de outras culturas, tendo em conta as alterações climáticas no país.
Governador da Huíla destaca crescimento da agricultura familiar
O governador provincial da Huíla, Nuno Bernabé Mahapi Dala, destacou o crescimento da agricultura familiar, que nos últimos anos se tem posicionado como a principal fornecedora de bens que compõem a cesta básica, comercializada nos principais mercados da província e do país.
Nuno Mahapi fez tal destaque durante o encontro que manteve com o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos, que cumpriu recentemente uma agenda de trabalho, para avaliar o estado do sector e traçar estratégias para o seu desenvolvimento.
De acordo com o governante, que não adianta números, apesar do crescimento que se vem registando na agricultura familiar, ainda é necessário continuar a se apostar para que ela seja feita de forma mais moderna com vista a maximizar os resultados.
A fonte destacou igualmente o desenvolvimento que se tem vindo a registar na agricultura industrializada, marcado pelo surgimento de algumas fazendas de maior dimensão.
“Nos últimos anos tivemos um crescimento na agricultura familiar, de realce, e acreditamos que temos que continuar a apoiar, adquirindo mais equipamentos que as famílias podem adquirir a baixo custo.
Também temos um crescimento ainda tímido que é da agricultura mecanizada ou industrializada. Acreditamos que a produção de grãos a nível da província, se fizermos mais investimentos, teremos mais acções visíveis”, disse.
Por outro lado, o Governador Provincial da Huíla falou das valências que a interligação da Huíla ao sistema elétrico nacional, do qual poderá resultar na eletrificação do interior da província, poderá contribuir para este desiderato.
Por: João Katombela, na Huíla