O Ministério dos Transportes, no quadro do seu plano de desenvolvimento logístico nacional, vai implementar, a médio e longo prazo, seis plataformas logísticas nas províncias da Huíla, Huambo, Malanje e Zaire, esta última com duas nas localidades do Luvu e Soyo, para facilitar o escoamento dos produtos do local da produção até à área de distribuição
O anúncio foi feito na cidade de Cabinda pelo secretário de Estado para a Aviação Civil, Marítimo e Portuário, Rui Paulo Teles Carreira, à margem da Feira Internacional de Cabinda, promovida pelo governo local para promover ambiente de negócios entre empresários nacionais e estrangeiros.
Ao dissertar o tema “Incentivos e Planos para o sector de Transporte em Cabinda” e falando, concretamente, sobre os projectos de infra-estrutura e transporte no país, Rui Carreira disse que a ideia visa responder às preocupações dos produtores e agricultores que têm dificuldades de escoar a produção para as áreas de distribuição por falta de estradas e vias de acesso em condições.
Para minimizar essas dificuldades, o Ministério dos Transportes está envolvido na criação e gestão de plataformas logísticas em diversas províncias do país, com o intuito de optimizar o transporte e a distribuição de mercadorias, integrando diferentes modais (rodoviário e ferroviário) e infra-estruturas.
Com esse propósito, o Executivo projectou a construção na província da Huíla da Plataforma Logística da Arimba, situada a 35 quilómetros da cidade do Lubango, com ligação à EN 289, aproveitando a influência do corredor do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes e o Porto de Namibe.
De acordo com Rui Carreira, o objectivo é ligar o Porto de Namibe, através do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes, à cidade do Menongue. Por isso, de acordo com ele, há perspectiva da construção de dois ramais ferroviários: um que vai ligar a cidade de Menongue a uma localidade fronteiriça com a República da Zâmbia e o outro a sul que vai ligar à província do Namibe.
“Essa plataforma logística vai permitir escoar a produção quer de mineiros, quer agrícola daquela região para todo o país e também vai servir para a exportação”, avançou Rui Carreira.
A Plataforma Logística da Caála, província do Huambo, cuja primeira pedra para a sua construção já foi lançada, vai permitir o escoamento da produção agrícola, sobretudo o abacate, produzido em grande escala na região.
A localidade da Caála é servida pelo Caminho-de-Ferro de Benguela, importante infra-estrutura ligada ao Corredor do Lobito. Por isso, no entender de Rui Carreira, pretende-se que esse corredor não sirva apenas o ponto de partida (Lobito) e o de chegada (Luau/Moxico), mas, sim, proporcionar o desenvolvimento ao longo de todo o seu percurso.
Em Malanje, pretende-se construir a Plataforma Logística Regional do Lombe, localizada no centro de Malanje, com ligação ao Caminho-de-Ferro de Luanda e que deverá ser servido também pelo Porto de Luanda.
“Pretende-se também que, a médio ou longo prazo, dar-se continuidade ao Caminho de Ferro de Luanda possa ir até Saurimo e servir também algumas localidades da província da Lunda Norte e também fazer ligação com a fronteira com a RDCongo.
Na província do Zaire serão construídas duas plataformas logísticas, uma na localidade do Luvo e a outra no município de Soyo. A Plataforma Logística do Soyo, em processo de concessão, visa, dentre outros objectivos atrair investimentos privados e auxiliar Cabinda, dada a sua aproximação com a província mais ao norte do país, bem como proporcionar melhorias no escoamento e distribuição da produção em todo o país.
Do ponto de vista logístico, segundo o governante, existem bastantes projectos com características de serem parcerias públicas ou privados. “Não é o Estado que vai construir sozinho. A maior parte desses projectos vai ser concessionada com entidades privadas, quer nacionais, quer estrangeiros”, sublinhou Rui Teles Carreira.
Por: Alberto Coelho, em Cabinda