O chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar (SISM), general João Pereira Massano, apelou, ontem, à juventude angolana para preservar e honrar o legado histórico das extintas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola a (FAPLA)
O apelo foi feito por ocasião do 51.º aniversário da criação das FAPLA, a celebrar hoje 1 de Agosto, efeméride considerada pelo general como um marco de memória nacional e não apenas uma data comemorativa.
Segundo João Massano, as FAPLA, fundadas em 1 de Agosto de 1974, nas chanas do Lunhameji, província do Moxico, constituíram-se como mais do que um simples instrumento militar, representando a espinha dorsal da soberania nacional, o escudo da integridade territorial e o alicerce do Estado angolano.
O general sublinhou que a bravura dos primeiros combatentes, que lutaram com meios limitados e coragem ilimitada, deve servir de inspiração para que os jovens de hoje contribuam para a defesa e construção da pátria através de ideias, cidadania e conhecimento. Reforçou que a juventude da actualidade deve assumir o compromisso de defender o país com ideais, recusando qualquer instrumentalização por interesses externos ou sem enraizamento nacional.
Na entrevista, em Luanda, João Massano advertiu a juventude para os riscos da manipulação e da desinformação, salientando que a crítica construtiva fortalece a democracia, enquanto a crítica destrutiva fragiliza a liberdade e compromete o futuro.
Defendeu que os jovens devem valorizar o legado histórico que lhes deu pátria e liberdade, pois não é possível construir o futuro desrespeitando o passado.
O chefe do SISM frisou que o sacrifício das FAPLA tem carácter fundacional e pedagógico, sendo essencial que a sua história não seja apagada nem deturpada, já que representa o ADN de Angola e a base moral da actualidade.
Realçou que, para além de combaterem, as FAPLA tiveram um papel social fundamental, educando, protegendo, construindo onde não havia escolas, oferecendo abrigo e ensinando pelo exemplo.
João Massano reafirmou que as Forças Armadas Angolanas (FAA) são herdeiras naturais do espírito das FAPLA, transportando os seus valores de humanismo, disciplina, verticalidade ética e missão patriótica.
Destacou que essa herança deve ser preservada com responsabilidade institucional e consciência geracional, assegurando a transmissão desse legado às novas gerações.
O oficial prestou homenagem aos antigos combatentes, vivos e tombados, sublinhando que honrar aqueles que deram a pátria e a liberdade significa consolidar a unidade nacional e preparar o futuro com solidez. João Pereira Massano, que já dirigiu a área de Preservação do Legado Histórico-Militar das FAA e sectores ligados à Segurança Social, Cultura e Desporto no Ministério da Defesa Nacional, defendeu que o legado das FAPLA deve continuar a ser incorporado nas FAA, tanto em matéria de disciplina e bravura como na formação moral e política, promovendo a educação patriótica junto das novas gerações.
As FAPLA foram fundadas a 1 de Agosto de 1974 e extinguiram-se em 1991 com a assinatura dos Acordos de Bicesse, que resultaram na fusão com as ex-forças militares da UNITA e na criação de um exército único – as Forças Armadas Angolanas (FAA) –, símbolo da unidade nacional. Desde a sua institucionalização, a 9 de Outubro de 1991, as FAA têm desempenhado um papel determinante na consolidação da paz e na defesa da soberania, representando hoje um motivo de orgulho para Angola e encarnando os valores mais elevados do patriotismo e da cidadania.