Os deputados do Grupo Parlamentar da UNITA informaram, ontem, terem sido alvos de um “grave atentado à sua integridade física”, durante uma visita de trabalho ao município da Galanga, província do Huambo
Segundo uma nota, o partido o refere que o ataque foi perpetrado por “milícias do partido no poder”, tendo resultado em oito feridos, entre os quais um em estado grave.
A nota refere ainda que a delegação, composta por parlamentares e outros militantes do mesmo partido, deslocou-se à Galanga com o objectivo de constatar os acontecimentos de 30 de Maio passado, prestar solidariedade à população local e contribuir para a promoção de um clima de paz e harmonia.
Segundo ainda o documento, a visita foi comunicada previamente ao Governador do Huambo, mas este, segundo a UNITA, “não assumiu a responsabilidade de garantir condições de segurança”, contrariando o que considera ser “um dever do Estado e um direito dos cidadãos, em especial dos deputados à Assembleia Nacional, enquanto membros de um órgão de soberania”.
Ponte vandalizada e ataque com armas brancas
A UNITA afirma ainda que, na véspera da visita, ocorreu uma tentativa de impedir o acesso ao município, através da destruição parcial de uma ponte, o que classifica como “uma autêntica acção de vandalização de bem e património público, punível nos termos da lei”.
O documento acrescenta ainda que, na manhã do dia 11, o grupo de parlamentares foi surpreendido por grupos organizados de milícias, posicionados nas imediações da sede da Administração Municipal.
Estes grupos, alegadamente drogados e munidos de flechas, catanas, paus e pedras, atacaram a comitiva parlamentar, sob orienta ção de dirigentes locais do MPLA, conforme sustenta a nota.
Na sequência, dois dos agressores foram detidos pela Polícia Nacional, sendo que um deles, segundo a UNITA, confessou ter recebido ordens da direcção local do MPLA.
O mesmo agressor teria ainda revelado que os participantes no ataque foram prometidos benefícios materiais, nomeadamente recompensas financeiras por parte da Administração Municipal e integração no Programa Kwenda.
Para a UNITA, esta alegada prática demonstra a utilização da pobreza e da fome como instrumento de manipulação de cidadãos vulneráveis, visando limitar o exercício de direitos e liberdades fundamentais.
Na mesma nota, o Grupo Parlamentar da UNITA condena veementemente o incidente e exige às autoridades judiciais a responsabilização civil e criminal dos autores morais e materiais do que considera ser um atentado político.
“O Grupo Parlamentar da UNITA condena igualmente a instrumentalização dos cidadãos assolados pela fome e pobreza, usando como moeda de troca benefícios económicos e sociais para obstaculizar o livre exercício de direitos e liberdades constitucionalmente consagrados”, lê-se no comunicado. Até ao momento do fecho desta edição, não foi possível obter uma reacção do Governo da Província do Huambo nem da direcção local do MPLA.