Os representantes legais das empresas Plansmart International Limited e Utter Right International Limited estão preocupados com o facto de as contas bancárias da empresa China International Found (CIF) Angola, de que detém 40 por cento das acções, domiciliadas nos bancos nacionais, estarem a ser movimentadas desde o ano passado pelos responsáveis da Comissão de Gestão de parte do património deste grupo empresarial, nomeados pelo Ministério da Indústria e Comércio
O advogado Benja Satula revelou, em tribunal, que a pedido do Estado passar uma procuração de destituição de Yiu Haiming, antigo director-geral do grupo CIF, do privilégio de ser o único titular das referidas contas e indicaram o representante das empresas Utter Right e a Plansmart International Limited, detentoras de 40 por cento do capital social da referida empresa.
Porém, os responsáveis da Comissão de Gestão optaram por fazer de outro modo. “Destituíram Yiu Haiming e o substituíram na gestão e nas assinaturas por um representante que eles indicaram.
Neste momento, as contas são movimentadas pelos representantes da Comissão de Gestão do universo CIF”, frisou, no momento em que intervinha em tribunal para esclarecer a necessidade que havia de se instar o referido departamento ministerial a esclarecer sobre o processo de vendas das fábricas.
Enfatizou que vezes sem conta instaram o Estado a promover a realização de uma assembleia geral de acionistas das referidas empresa, mas não foram bem-sucedidos.
De acordo com Benja Satula, antes de recorrerem aos representantes das duas empresas, o Ministério do Comércio e a Comissão de Gestão recorreram às instituições bancárias com este propósito, mas não lhes permitiam porque Yiu Haiming era o director-geral e único assinante.
O causídico contou que, na ocasião, os gestores bancários haviam recomendado que os representantes da comissão de gestão e do referido ministério deviam recorrer aos accionistas primários, para fazerem uma procuração de destituição e só assim passariam isso adiante.
“E só no ano passado é que o Ministério do Comércio, nesta necessidade, porque precisava tomar conta da gestão, nos solicitou, porque já tinha tentado alterar as assinaturas no banco e as instituições financeiras não deixaram.
Foi só nesta qualidade que vieram ter connosco para solicitar bons préstimos de uma acta que pudesse ser entregue e confirmada pelas instituições financeiras”, detalhou.
Acrescentou de seguida que “não fomos tidos, nem achados. A partir daquela data, em tudo o que está a acontecer neste caso em concreto. Infelizmente”.
Sublinhou que os gestores das empresas Utter Right e Plansmart International Limited, desde a primeira hora, se colocaram à disposição do Estado para colaborar e, também, para reclamar 40% do património. Isso ocorreu porque entendiam que o Estado tinha ficado apenas com 60% das participações sociais e o correspondente património.
Benja Satula explicou que a referida acta, anexada ao processo, foi feita no ano passado única e simplesmente para responder a um anseio e pedido do Ministério da Indústria e Comércio.
Este processo-crime, registado com o n.º 38/2022, tem como arguidos os generais Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa” e Leopoldino Fragoso do Nascimento “Dino”, o advogado Fernando Gomes dos Santos e o cidadão chinês Yiu Haiming, antigo director-geral da CIF Angola.
Na lista de arguidos consta ainda as empresas Plansmart International Limited, Utter Right International Limited e a China International Found Angola.
Sobre eles pesa a acusação de terem cometido os crimes de burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa, branqueamento de capitais e tráfico de influência.