A cidade de Changsha, capital da província de Hunan, acolhe desde a manhã desta quarta-feira, 11 de Junho, a Conferência Ministerial dos Coordenadores para a Implementação dos Resultados do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), um encontro de alto nível que reúne os ministros dos Negócios Estrangeiros e das Relações Exteriores de vários países africanos e da China
Sob o lema “China-África: Juntos Rumo à Modernização”, a conferência tem como objectivo acompanhar e coordenar a execução dos compromissos assumidos durante a mais recente Cimeira do FOCAC, realizada em Pequim, em Setembro de 2024, que marcou uma nova etapa na consolidação das relações entre o gigante asiático e o continente africano.
Angola participa na conferência com uma delegação chefiada pelo embaixador Téte António, ministro das Relações Exteriores, que se faz acompanhar pelos ministros Rui Miguêns de Oliveira (Indústria e Comércio) e Dalva Ringote Allen (embaixadora Extraordinária e Plenipotenciária de Angola na China), bem como pelos embaixadores Miguel Dialamicua, D
director para a Ásia e Oceania, e José Paulino da Silva, director de Cooperação Internacional.
Na última cimeira do FOCAC, o Presidente chinês Xi Jinping anunciou um pacote robusto de apoio financeiro e iniciativas de cooperação para os próximos três anos, no valor total de 360 mil milhões de yuan (equivalente a cerca de 50,7 mil milhões de dólares). Este pacote compreende 210 mil milhões de yuan em linhas de crédito, 80 mil milhões em assistência técnica e financeira diversificada, e 70 mil milhões em investimentos directos de empresas chinesas em vários países do continente berço.
Além do apoio financeiro, as partes acordaram também em implementar dez acções de parceria estratégica, com destaque para áreas como aprendizagem mútua entre civilizações, prosperidade comercial, cadeias industriais, conectividade, saúde, agricultura, desenvolvimento verde e segurança comum. Estas medidas visam impulsionar o desenvolvimento sustentável e promover a modernização conjunta entre a China e os países africanos.
Na sua intervenção em Changsha, o ministro Téte António sublinhou que “o continente africano mantém uma relação histórica, sólida e estratégica com a República Popular da China, que tem sido um parceiro determinante no apoio ao nosso desenvolvimento”. O chefe da diplomacia angolana destacou ainda o papel do FOCAC como “uma plataforma privilegiada de diálogo e acção conjunta, que reforça a cooperação Sul-Sul e contribui para a aproximação entre os nossos povos”.
A conferência de Changsha decorre num momento em que as relações sino-africanas continuam a crescer em diversas frentes, impulsionadas por investimentos, cooperação técnica, intercâmbio cultural e compromissos bilaterais que apontam para uma parceria cada vez mais estratégica e multifacetada