A corrida à presidência da UNITA subiu de tom neste fim-de-semana, com Rafael Massanga Savimbi e Adalberto Costa Júnior a intensificarem o corpo-a-corpo político pelo controlo do maior partido da oposição, à porta do XIV Congresso Ordinário. Entre apelos à unidade, mensagens de renovação e recados internos, ambos procuram convencer os delegados de que representam o caminho mais seguro para a alternância política em 2027
Ao proceder à abertura oficial da sua campanha eleitoral, no quadro do XIV Congresso Ordinário da UNITA, Massanga Savimbi declarou, sábado, que “um país que investe na sua juventude investe no seu presente e no seu futuro”, e sublinhou que a energia, a criatividade e a força dos jovens são essenciais para a construção de uma Angola “mais justa, moderna e próspera”.
O político lembrou que os jovens representam mais de metade da população angolana, devendo, por isso, ser vistos “como o presente e não apenas o futuro” do país. Durante o acto, marcado por fortes apelos à unidade interna, renovação geracional e valorização dos ideais fundadores da UNITA, o candidato afirmou que o congresso constitui “uma oportunidade histórica para reforçar a coesão, consolidar a democracia e preparar a alternância política nas eleições gerais de 2027”.
Massanga Savimbi defendeu ainda uma estratégia económica baseada na diversificação, cujo foco principal reside na transformação local dos recursos naturais e na criação de cadeias de valor internas capazes de gerar emprego qualificado e sustentáve.
Ao reafirmar a sua lealdade à história e aos valores da UNITA, o candidato rejeitou qualquer tentativa de personalização do partido e garantiu que “a UNITA nunca foi, não é e nunca será herança de uma família”.
“Quando dizemos que todos contam, não nos dirigimos apenas aos militantes da UNITA. O nosso objectivo é tornar o partido um instrumento mais forte para resolver os problemas dos angolanos e desenvolver uma Angola que parou no tempo”, disse. Adalberto Costa Júnior no Bengo Por sua vez, após passar por Malanje, Cuanza Norte, Icolo e Bengo, o actual líder do “Galo Negro” concentrou esforços em conquistar o apoio dos delegados e militantes da província do Bengo, com vista a buscar a sua reeleição para comandar o partido.
Em declarações à imprensa, Adalberto Costa Júnior explicou que o seu objectivo foi o de partilhar os conteúdos do programa da sua candidatura e a sua linha de pensamento estratégico para o partido e para Angola.
O político referiu ainda ter prestado contas aos militantes da UNITA no Bengo. “O mais importante é estarmos à disposição das expectativas, daquilo que o cidadão e o militante esperam de nós e que nos possa permitir melhorar os conteúdos do nosso programa”, afirmou.
O candidato saudou a existência de uma candidatura concorrente, a de Rafael Massanga Savimbi – filho do fundador da UNITA, Jonas Savimbi –, sublinhando que a pluralidade de candidaturas é essencial para a democracia interna.
“A UNITA sempre se bateu por ter congressos com múltiplas candidaturas. Para nós, a pluralidade não é divisão, é riqueza”, ressaltou. Adalberto Costa Júnior considerou o próximo congresso da UNITA um ponto de passagem fundamental para a conquista do poder por via democrática no país.
O XIV Congresso Ordinário da UNITA será decisivo para a escolha da nova liderança do maior partido da oposição, num contexto em que o país se prepara para um novo ciclo político e económico.









