A relação entre Angola e a China foi mais uma vez destacada como sólida, histórica e estratégica, durante uma cerimónia realizada por ocasião do 98.º aniversário da fundação do Exército de Libertação Popular da China, que marca também os 80 anos da vitória chinesa contra a invasão japonesa e a guerra antifascista
Durante a cerimónia de recepção organizada pela Embaixada da China em Angola, o secretário para Informação e Propaganda do Bureau Político do MPLA, Esteves Hilário, realçou o peso histórico da cooperação entre os dois países e partidos, sublinhando que “a China é e sempre será um parceiro confiável de Angola”.
“Temos com a China relações históricas que remontam à independência, mas as relações entre o MPLA e o Partido Comunista Chinês são muito mais antigas. O PCC teve uma grande participação na luta de libertação nacional, apoiando logisticamente as FAPLA, braço armado do MPLA na guerrilha”, afirmou Esteves Hilário.
A inauguração da nova infra-estrutura da embaixada chinesa em Luanda foi apontada como um sinal claro de que “a China quer continuar a manter uma amizade sólida e duradoura com Angola”, acrescentando que “ninguém constrói uma infra-estrutura desta magnitude se tem planos de sair”.
Cooperação militar continuará a ser prioridade
O embaixador da China em Angola, Zhang Bin, aproveitou a ocasião para destacar a importância da cooperação entre os dois Estados e entre os respetivos exércitos.
“Este ano é especial para as nossas relações. Celebramos a cooperação entre as Forças Armadas Angolanas e o Exército de Libertação Popular da China, que compartilham a missão comum de preservar a segurança nacional e a paz mundial”, afirmou o diplomata.
Zhang Bin disse ainda que a cooperação entre os dois exércitos abrange sectores como a formação de quadros, trocas de alto nível, e parcerias no domínio militar e industrial. Para o futuro, antevê “ainda mais espaço para aprofundar esta colaboração estratégica”.
Representação militar angolana enaltece relação fraterna
Em representação das Forças Armadas Angolanas, o coronel Angelino André, chefe do Gabinete de Intercâmbio e Cooperação Internacional do Supremo Tribunal Militar, destacou o simbolismo da presença angolana na cerimónia e reiterou a importância da cooperação no plano militar.
“É um prazer imenso participar nesta celebração. Viemos representar os nossos superiores e comemorar esta efeméride, que é também um reflexo da amizade e cooperação saudáveis entre os nossos exércitos”, afirmou o oficial.
China reforça papel global de estabilidade e paz
Na sua intervenção, o adido militar Wang Jinyuan lembrou a trajectória do ELPC desde 1927, tendo destacado a sua evolução como força moderna sob a liderança do Partido Comunista Chinês e guiado pelo pensamento do Presidente Xi Jinping. Reiterou que o Exército chinês mantém o compromisso de defesa da paz global, inclusive através das 25 missões de paz da ONU desde 1990; da presença naval em zonas de escolta marítima desde 2008; as acções humanitárias internacionais em África e no Pacífico; visitas do navio-hospital “Arca da Paz” a Angola, em 2017 e 2024, com o registo do nascimento simbólico de um “bebé da paz”.
Wang Jinyuan destacou ainda os 42 anos das relações diplomáticas entre China e Angola, sublinhando a amizade duradoura baseada no respeito mútuo e cooperação estratégica.
“As Forças Armadas chinesas continuarão a trabalhar com Angola com vista construir uma comunidade de futuro compartilhado. A paz é o desejo eterno dos povos e deve ser firmemente preservada”, defendeu o oficial do Exército de Libertação Popular da China.
A cerimónia, que reuniu altos responsáveis civis e militares de Angola e da China, reforçou a ideia de que os dois países continuarão a trabalhar juntos para o fortalecimento da paz, segurança e desenvolvimento bilateral.