As reacções à proposta de Adalberto Costa Júnior de relançar uma “Ampla Frente” expuseram profundas divergências entre os principais actores da oposição.PRA-JA, bloco Democrático, analistas e até dirigentes da própria Unita apresentam leituras distintas sobre o fracasso da FPU, o futuro da oposição e os obstáculos legais, simbólicos e estratégicos para 2027
A intenção do presidente eleito da UNITA de reconstruir uma plataforma ampla para enfrentar o MPLA em 2027 reabre um debate sensível entre os maiores partidos da oposição e traz à superfície divergências até aqui contidas. Enquanto o PRA-JA acusa a UNITA de rejeitar a única via legal — a coligação formal — e de ter “corrido” com aliados em 2022, o Bloco Democrático descarta qualquer hipótese de extinção ou agregação e defende apenas uma coligação nos termos da lei.
Analistas políticos, como Bali Chionga e Aniceto Cunha, alertam que, sem o BD e o PRA-JA, a nova frente pode produzir resulta- dos inferiores aos de 2022, devido a resistências internas na UNITA, novas forças emergentes e outros desafios estruturais. Por sua vez, a UNITA garante não haver mal- estar no seu seio do partido e que o diálogo será retomado, embora considere prematuro avançar sobre os modelos de coligação ou no- vos símbolos.
É neste ambiente de incertezas, acusações mútuas e pressões internas que se desenha o futuro da oposição angolana a dois anos das eleições gerais.









