Ambientalistas e ONG apelam para uma melhor aplicação e gestão mais transparente do financiamento de 7,5 milhões de dólares que o Governo angolano vai receber dos EUA para programas de biodiversidade no Cuando Cubango Pascoal Baptistiny é o director da ONG MBAKITA e entende que, para que o financiamento tenha o sucesso desejado, se envolva todos os intervenientes da sociedade na província, como académicos e instituições de ensino vocacionadas para o turismo e o ambiente.
Baptistiny não tem dúvidas que o financiamento é uma oportunidade para grandes projectos ambientais e turísticos. Mas, defendeu, a prioridade deve ser a sensibilização dos cidadãos para o perigo de extinção de espécies por abate indiscriminado. “Enquanto a população do Cuando Cubango e da região no geral não tiverem consciência de como preservar o meio ambiente, como preservar os recursos naturais que temos, pode se disponibilizar tanto dinheiro, mas continuaremos no insucesso”, analisa Baptistiny.
O activista do ambiente sugere, primeiro, a educação da população sobre o meio ambiente e, em segundo lugar, trabalhar com os empresários ligados à exploração de madeiras com as próprias administrações. “Uma vez que está a existir na verdade uma febre de excessiva exploração de madeiras, da caça furtiva e se calhar com a conivência de algumas administrações”, apela Baptistiny.
Gestão transparente dos fundos
Manuel Camuenho Alberto é especialista em ambiente e ordenamento do território, e defende que é urgente ter em conta as condições das estradas para o sucesso do financiamento. O também director da ONG Associação dos Amigos e Ambientalistas e Bio-ecoturismo do Cuando Cubango apela à transparência e ao acompanhamento do financiamento.
“Nós conhecemos bem a gestão da nossa governação”, destaca Camuenho Alberto, advogando que “deve haver um acompanhamento interventivo” na aplicação dos fundos, porque, segundo explica, a cultura de obediência, de prestação de contas, da gestão transparente do erário para os nossos concidadãos angolanos ainda é um problema sério. O activista reconhece que a província de Cuando Cubando tem muitas carências, por isso espera que “este dinheiro seja aplicado nas áreas necessárias e opor- tunas”.
Lembrar que o embaixador norte-americano em Angola e São Tomé e Príncipe, Tulinabo Mushingi, anunciou, na passada semana, durante uma visita de trabalho ao Cuando Cubango , a disponibilização dos 7,5 milhões de dólares pelo seu país para financiar um projecto de conservação do meio ambiente.