Adalberto Costa Júnior foi reeleito, ontem, domingo, presidente da UNITA no XI Congresso ordinário do partido, numa sessão em que o líder do partido apelou fortemente à unidade interna, à coesão política e ao compromisso com a alternância democrática nas eleições gerais de 2027. No discurso de vitória, o líder do ‘galo negro’ renovou o “sentido de missão” e afirmou que a vitória “não é contra ninguém”, tendo destacado o contributo do concorrente Rafael Massanga Sakaita Savimbi para a democracia interna
Adalberto Costa Júnior garantiu que a UNITA “não luta por cargos, luta por Angola”, ao defender um país “livre do medo”, baseado no mérito, reconciliado e transparente. Eleito por 1.100 votos a favor, num total de 91%, contra 110 de Rafael Massanga Savimbi, que totalizou 9%, Adalberto Costa Júnior afirmou que o congresso representou “um momento de renovação espiritual e ideológica”, tendo reforçado a maturidade democrática do partido e a preparação para disputar o poder em 2027.
Costa Júnior negou qualquer possibilidade de fragmentação, ao afirmar que “o partido fundado por Jonas Malheiro Savimbi nunca será dividido” por manipulações ou campanhas de difamação. Sublinhou que a UNITA sai “mais forte, mais coesa e mais preparada” para os desafios políticos dos próximos anos.
Ademais, agradeceu a todos os delegados, estruturas, veteranos, mulheres, juventude, observadores e convidados, tendo destacado particularmente a candidatura de Rafael Massanga Sakaita Savimbi, que, segundo disse, trouxe “dinamismo, debate e aprofundamento democrático”.
Alternância em 2027 como objectivo principal
Adalberto Costa Júnior afirmou que a UNITA está hoje “mais próxima do poder do que nunca” e apontou o crescimento eleitoral de 2022, a expansão nacional e as novas alianças com os movimentos cívicos e independentes como sinais da “vocação de governo” do partido. “As eleições gerais de 2027 representam o momento mais decisivo da história política recente de Angola”, disse, garantindo que a UNITA está “pronta para governar com transparência, unir o país e implementar reformas”.
Críticas ao executivo e a defesa de um novo contrato social
O líder reeleito da UNITA criticou a exclusão da oposição e da sociedade civil nos grandes eventos nacionais, tendo como exemplo a recente Cimeira UA- UE, realizada em Luanda. Para si, o país precisa de “um contrato social renovado”, que una governo, oposição, setor privado e juventude em torno de princípios de ética, responsabilidade e patriotismo. Alertou para os problemas como s pobreza, o desemprego, a fome e a emigração juvenil, tendo defendido maior diálogo e reformas estruturais que devolvam a confiança ao Estado.
Visão para o futuro No ano em que Angola marca 50 anos de independência, Adalberto Costa Júnior cha-mou a atenção para a necessidade de se garantir para os próximos 50 anos a “prosperidade, justiça social, inclusão e dignidade”. Defendeu a existência de instituições fortes, combate firme à corrupção e uma diplomacia que traga “benefícios reais para o país”.
Costa Júnior terminou o seu discurso apelando à mobilização total da militância: “Devemos passar das palavras aos actos. A UNITA está pronta”, disse. A UNITA é a segunda maior força política do país, estando representada no parlamento com 90 deputados, na sequência dos resultados eleitorais de Agosto de 2022, em que foi vencedor o MPLA, partido maioritário que suporta o governo desde a constituição da República de Angola, a 11 de Novembro de 1975.









