Hoje acordei a pensar em valor. Mais especificamente, em como o nosso valor, muitas vezes, não depende só daquilo que somos… mas de onde estamos. Vi recentemente nas redes sociais um vídeo que me chamou muita atenção.
Numa praça movimentada, alguém montou uma bancada simples, colocou vários relógios Rolex, originais!, e pendurou uma placa de promoção, oferecendoos por um preço muito abaixo do habitual. Adivinha o que aconteceu? As pessoas passavam, olhavam com desconfiança, franziram a testa e seguiam o caminho.
Quase ninguém acreditou. Ninguém comprou. Aquele Rolex que vale milhares de dólares, ali, naquela praça, parecia apenas mais uma bugiganga barata. Porquê? Porque o ambiente fazia parecer impossível que algo tão valioso estivesse a ser oferecido ali. Isso lembrou-me de uma história antiga: Um pai deu ao filho um carro velho, desgastado pelo tempo, e disse: — Vai até ao ferro-velho e pergunta quanto oferecem.
Depois mandou-o até a um coleccionador de carros clássicos. O mesmo carro foi avaliado com preços completamente diferentes. No ferro-velho, queriam dar quase nada. No clube dos coleccionadores, ofereceram uma pequena fortuna. E ainda tem o exemplo clássico da garrafa de água. Num supermercado custa menos. Num aeroporto, já é mais cara. Num hotel de luxo ou no deserto, pode valer ouro.
A garrafa é a mesma, mas o contexto muda tudo. Agora, vamos para o nosso diaa-dia. Quantas pessoas você conhece que vivem a reclamar do trabalho, da empresa, do salário, da falta de reconhecimento? Ambientes tóxicos, líderes sem empatia, tarefas que não inspiram, salários que mal chegam ao fim do mês… Será que o problema é mesmo o valor da pessoa? Ou será que está apenas no lugar errado? Se você lê esta partilha, é porque já está num certo nível de consciência.
Tem acesso à internet, a um telemóvel, a redes sociais, a rede de contactos e — mais importante — a um conteúdo que lhe faz pensar, reflectir e crescer.
Então eu pergunto: O que está a fazer com tudo isso? Está num lugar onde reconhecem o seu valor? Ou continua a insistir em estar na vitrina errada, onde ninguém quer pagar nem metade do que você vale? Pode doer, eu sei.
Mudar de ambiente, recomeçar, sair da zona de conforto, é um desafio e tanto. Mas às vezes é o único caminho para que deixemos de ser confundidos com imitação… E passemos a ser reconhecidos como Rolex.
A nossa energia, os nossos dons, os nossos talentos… tudo isso é precioso. Mas quando não somos reconhecidos, aos poucos vamos acreditando que não somos tudo aquilo que verdadeiramente somos.
É por isso que, de tempos em tempos, precisamos rever o lugar onde estamos e, se for necessário, mudar de prateleira. Que esta partilha lhe ajude a reflectir.
E que Deus lhe dê coragem para, se for preciso, mudar de ambiente, mudar de círculo, mudar de mentalidade. Receba o carinhoso e apertado abraço, bem como a promessa de voltar para mais partilhas matinais. N’gassakidila.