Não há nenhum lugar na face da terra que, por si só, consegue adquirir um adjec tivo “bom ou ruim” para si mesmo, a não ser que haja a intervenção de homens para am bas possibilidades. Do mesmo modo, acontece com uma sociedade! Todo pensamento que se cria a respeito de uma de terminada sociedade é, na verda de, fruto de um posicionamento adequado “ou a falta deste”, de um plano bem traçado “ou o contrá rio”, e de uma direcção clara “ou caótica”, da parte dos indivíduos que compõem tal sociedade, que indubitavelmente fazem com que, pessoas que têm o seu raciocínio lógico em funcionamento, tenham o mesmo parecer quanto a quali dade de uma sociedade… E como indivíduos pertencentes a uma so ciedade, basta termos visões claras para que formamos uma socieda de realizada. Tendo em conta que, palavras ou expressões diferentes podem car regar significados semelhantes, visão clara pode também ser tra duzida em “propósito”.
Para termos um propósito, den tro de uma sociedade, é necessá rio apontar alguns caminhos para nortear a nossa visão e alcançar a visão maior (big picture). Não im porta o que os indivíduos acordam como sendo o propósito/a visão maior de uma sociedade, o que im porta mesmo é que cada indivíduo reconheça a possibilidade de rea lização da visão acordada, porque uma sociedade terá dificuldades em realizar-se como tal, se os indi víduos não reconhecerem a tangi bilidade de uma visão.
É reconhe cendo a visão dentro de uma so ciedade que nós seremos levados a fazer uma organização interna dos sentimentos e das ideias, deixando elas bem claras aos restantes indi víduos que partilham a mesma vi são, pois tais sentimentos e ideias dizem muito sobre a forma que de sejamos dar à uma sociedade! É um processo investigativo.
Dito isto, o propósito tem a bri lhante função de deixar claro o que buscamos como sociedade e o le gado que queremos deixar neste mundo, em que muitos parecem não ter direcção. É compreender por que queremos o que queremos, e, se realmente queremos saber co mo cumprir com o propósito den tro de uma sociedade, então tere mos, também, que entender o que nos faz levantar da cama todos os dias pela manhã “toda vez que você não entender o motivo pelo qual você levantou da cama, por favor, volte a dormir”. É entendendo o motivo por detrás do “levantar da cama” que nos traz aquela motiva ção interna, forte e permanente; ou seja, que não é passageira mas sim perene, que nos envolve e nos ins tiga a querer saber mais.
Mas como colocar isso em acção? * Descobrindo a linha de chegada! Um bom primeiro passo pa ra reflectir e compreender o pro pósito, dentro e com uma socie dade, é imaginar o ponto final, o lugar de descanso que é a linha de chegada ao terminar uma corrida, porque para quem não sabe onde quer chegar, qualquer lugar ser ve (Lewis Caroll_Alice no país das maravilhas). Pois é, para atingir mos a realização de uma socieda de, é preciso, acima de tudo, saber exactamente o que se quer e em que lugar se pretende estar; agora mais do que isso, é preciso saber o que se pode fazer para chegar lá… Pois é insuficiente sabermos, apenas, o que queremos e onde queremos chegar, sem sabermos o que deve ser feito… Acções nos tiram de um lugar para outro.
Ao combinar es tes três elementos “conhecimento do que se quer; saber onde quere mos chegar; e o que deve ser feito” estaremos a dar sentido, estaremos a dar fôlego, estaremos a dar vida à nossa sociedade. Tomar para nós a “ responsabi lidade “ da própria sociedade e ter “ consciência “ das atitudes e pen samentos que habitam em nos sas mentes, fazem parte dos pas sos que nos levam a atingir a rea lização de uma sociedade, a falta de responsabilidade e a inconsciência conduz uma sociedade à distração, e não existe realização onde há dis tração.
Olhar para uma sociedade e entender que ela precisa da nossa contribuição activa para a sua re alização, nos levará a ser cidadãos responsáveis, conscientes quanto às nossas atitudes, limpando toda sombra de dúvida e confusão, mas trazendo certeza e confiança, por que UMA SOCIEDADE REALIZA DA IMPLICA TER CIDADÃOS COM VISÕES CLARAS.
Por: MÁRIO FILOMENO
Professor