Segundo Silva e Lima (2016), a palavra Música deriva morfologicamente da palavra grega Musiokê – que quer dizer “a arte das musas”. Neste caso, a musicalidade pressupõe uma arte, e não mormente um aglutinado de sons naturais ou artificiais.
Deste modo, a música tem sido definida de modo geral como a “ a arte de combinar os sons de forma simultânea e sucessiva” Na visão de Clifton, traduzida por Freitas (1997:24), a música precisa ser vista como “um arranjamento ordenado de sons e silêncios cujo sentido é presentativo ao invés de denotativo.
(…) música é a realização da possibilidade de qualquer som apresentar a algum ser humano um sentido que ele experimenta em seu corpo”. (citado por Borges, 2003). Já Silva e Lima (2016), apontam a música como a “combinação artística dos sons, como arte é uma forma de produzir ou transmitir o que é belo.”
Nestes casos, vê-se que a produção musical que se faz deve sempre necessariamente presumir a ideia de “belo ao ouvinte”, sendo que sem isso, ela não deve ser considerada música.
Diante disso, importa referir que, a música pressupõe a articulação harmoniosa, rítmica e melodiosa de elementos naturais ou artificais cujo os sentidos sejam presentativos. Todavia, notemos que a música pode ser produzida de várias formas ou de diferentes modo em vários lugares.
Como é apresentado por Antônio Vitorino de Almeida, em seu livro “O que é musica” (citado por Silva e Lima, 2016), difinindo a música como uma liberdade de escolha e uma oportunidade de sentir a arte.
Assim, fará sentido a visão proposta por Clifton, citada por Borges (2003), de que a diferenciação entre música e não-música “reside no uso que a pessoa experienciando faz dos sons,” pois afinal, o que pode ser música para um grupo, pode ser considerada ou não como ruido para outro.
Portanto, é daí que se crê, como aponta Vaggione (2001), que definir a música não é uma tarefa fácil, ou seja, ninguém pode dizer o que é música, a não ser por proposições normativas, por que “música em si” é de fato algo não demonstrável e sua prática não é nem arbitrária nem baseada em fundações físicas ou metafísicas.(citado por Silva e Lima, 2016). Em todo o caso, isto não apaga o facto de que a música seja sem dívida uma realidade transfronteriça, ou seja, como aponta Bréscia (2003), citado por Ribeiro, et.
al (s/d) que “A música é uma linguagem universal, tendo participado da história da humanidade desde as primeiras civilizações.” A Música, sempre foi uma ferramenta poderosa usada em vários momentos desde milénios da vida do homem e adptadas a diversas situações.
Enfim, pelo o que se vê, uma música pode ser “música” para um lugar, e “ruido” para o outro. E na mesma ordem, ela pode ser “boa” para uma coisa específica, ou “imprópria” para outra, sendo capaz de servir e não servir em detrimento do contexto da sua inserção. Portanto, “Um ruido é uma música e uma música é um ruido.”
Por: SAMPAIO HERCULANO









