[Re]nasce um país sob tormentos das inconsistências da política, economia, e da “fomelogia”, que retrocede rapidamente a uma conduta já esquecida. U país, numa data qualquer, acordou cansado à semelhança de um velhinho que se assegura a um pau para andar.
O céu é comprado por uns minutos para com suas nuvens estabelecer um laço de paz efémero, os desafios tornaram-se conquistas amargas a um país com atributos de rico.
A pergunta que não se quer calar é, que tempo negro é esse que nos visitou à semelhança de um gato preto que não se vê na escuridão? Um sim, nesses caminhos, sai sem muito esforço, porquanto há um rei que agudiza a sua voz no momento frio de dor; Embalsama-a com pomada de discursos que não perdoam a situação actual. A mim, por exemplo, a vergonha de patriotismo vem, com certeza, visitar o meu bom espírito, atiçando a renúncia.
Nenhum cidadão, por mais que seja nascido em Angola, quererá exibir Angola no vazio, é preciso um recurso que ajude a converter as necessidades prementes. Hoje, temos o vandalismo como sinal de manifestação, não é, necessariamente, um vandalismo em si mesmo, é antes um manifesto de necessidade de tudo.
E, se a governação fosse uma responsabilidade minha—teria uma disponibilidade à semelhança de Deus quando tirou, qualquer tempo da sua vida, para criação do universo— há sempre vontade, necessidades alheias dão azos à carência na realização.
Somos, em Angola, nova espécie de sociedade, à qual vivemos neocolonialismo sem máscaras, mecanismos de inverdades, maquiagem de política. Projectos falham, ideias falham, discussões falham, há (des) construção? Uma crónica, que tem o seu sangue é silencio, carrega, profundamente, dor, vazio e encantos de uma ciência de Angola: FOMELOGIA, cujo objecto é a fome, estuda-se, em Angola, fome como património, cultural, social, político-económico.
E daí, os meus ensaios têm fixação de uma cíclica que padece, faço o silêncio colectivo vontade singular. Hoje, percebi que para viver em Angola deve-se pagar imposto.
Para desistir da vida e seguir outra jornada, deve-se pagar a morte. Logo, o pensamento sobre política, no contexto de Michel Foucault, Aristóteles, Freitas do Amaral, Agostinho Neto, falha por uma óptica cuja execução, baseada no interesse uníssono, tem outros planos de quem se espera servir. O país, que é Angola, caminha numa escuridão infinita.
Por: VÂNIO MWANDUMBA