Estamos a poucos dias de mais uma grande celebração do desporto-rei no nosso continente. O CAN 2025, que terá lugar em Marrocos, promete ser a consagração do futebol africano como referência global, tanto dentro das quatro linhas como fora delas.
Durante cerca de trinta dias, o continente africano vai literalmente parar. Em cada esquina, bairro ou cidade, os olhos estarão postos nos relvados marroquinos, onde o talento, a paixão e a esperança se vão encontrar.
A presença de Angola nesta edição do CAN é motivo de orgulho e, ao mesmo tempo, de responsabilidade. Os Palancas Negras têm diante de si uma oportunidade histórica de mostrar evolução, maturidade competitiva e, acima de tudo, capacidade de superação. Sabemos que o caminho será duro, há adversários de peso, estruturas consolidadas e selecções com tradição.
Mas o futebol africano já nos provou que o impossível é apenas um detalhe quando há crença, organização e entrega. O último CAN, realizado na Côte d’Ivoire, foi um marco, sobretudo pela excelente organização da CAF, com destaque para o nível da arbitragem, que esteve em linha com os padrões internacionais da FIFA. Essa elevação da fasquia impõe um desafio aos marroquinos: manter e por que não superar esse nível.
A lisura e a verdade desportiva não são apenas desejos, mas exigências num palco onde o mundo vai observar com atenção redobrada. Para Angola, o momento é de união e foco. A Federação Angolana de Futebol tem a missão essencial de garantir todas as condições logísticas, técnicas e financeiras que permitam aos nossos jogadores e equipa técnica concentrarem-se unicamente em cada jogo. Em alta competição, improvisos custam caro.
Só assim poderemos competir de igual para igual com os melhores do continente. Do lado dos atletas, espera-se entrega total, espírito de grupo e orgulho em vestir a camisola nacional.
Jogar um CAN não é apenas uma vitrine individual, é, sobretudo, uma missão colectiva em nome da pátria. Representar milhões de angolanos que, mesmo longe dos estádios marroquinos, estarão colados às televisões e às rádios.
Como muitos, acredito. Acredito que podemos surpreender. Que podemos escrever uma nova página na história do nosso futebol. Que os Palancas Negras podem fazer-nos sonhar, vibrar e, quem sabe, chegar mais longe do que nunca. Não será fácil, mas com organização, fé e competência, é possível.
Por: Luís Caetano









