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Tempos comuns e algumas práticas de raridade (I)

Jornal Opais por Jornal Opais
8 de Março, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
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Tinha pouca idade quando a vida, senhora magistral, deu-lhe o gozo do fatalismo e fê-lo adulto, a sentir como tal, a pensar e agir como tal.

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Da infância apenas um retrato, um registo feito na rua da Baía, Boa Esperança-2, em meio a outros moradores, estampado no frontispício do Jornal Magazine, na segunda folha do Jornal Folha 8 e na terceira folha do Jornal de Angola.

Ante o fenómeno de repercussão social, elevada pressa do exercício jornalístico. Aqui a forma comum de olhar para os acontecimentos singulares, anda por aí a condicionar distintamente a classificação da informação, a revelar a noção da fonte, a natureza do jornal, assim como o valor conteudístico e caracterológico nas periferias da cidade capital.

Quase sem memórias da infância, sem manias de traquinices. Pai e mãe só em novelas, só em contos com pitadas épicas, pelo menos foram esses que ouvia e via.

Ser presente-ausente, quase sempre para lá, afastado dos diálogos comuns, aquém do olhar maternal biológico, porém teve a sorte de amparo e aconchego, que advieram da avó Zefa.

Afinal, do olhar de uma mãe quase que ninguém está incólume e, de quem estiver, deve-se estar em sentinela para qualquer tipo de atitude ou comportamento que daí possam advir.

Na casa grande do bairro, era comum nos dias que correm as idas e voltas no acto de pensar. Andava ele a pensar sobre os factos e fenómenos, sobre o tempo de escassez, sobre o tempo de bonança, sobre a não constância das coisas, das pessoas e dos contrários, como atraem os humanos e os animais, numa espécie de estado limítrofe no plano da existência.

Só visão transitória, para o tempo não basta, na medida em que não se permite caber nele, na medida em que nenhuma justificativa será fundamental e diametralmente plena para desinflar o ego.

De onde proveio tão atrevido ente? Como algo criado torna refém, sujeito subordinado quem o criou? Quanto poder construído, quanta artimanha de ser! Do seu valor fenomenológico, cosmológico e metafísico, leva e traz consigo grandezas e fragilidades, marcando todos, quer no estado natural quer desnatural.

De tudo que se aventa a seu respeito faz ecos de tamanha surdez, de que precisamos dele para organizar a vida, mas verdade seja dita e sem reservas, entre nós, à moda mangope, os encontros são feitos, geralmente, em função de um valor temporal ou de valores circunstanciais, sobre o qual é transpassado em subida medida? Quanto mais fidedignos nos tornamos mais dependentes ficamos, mais cobramos de nós, mais cobramos dos outros.

Sobre as pessoas, pensava como elas agem ao longo da vida, como se negam a fazer uma só coisa a cada ciclo dela, como se magoam umas às outras, como se tocam benignamente umas às outras.

Um dia de ninguém, chamou Gilú e junto meteram-se a falar do Tio Calú, quando estava desempregado, como e quando ele esteve na merda, a reclamar de tudo e mais alguma coisa, de como ele estava desgostoso com a vida.

Outras vezes, simplicidade sem descrição, humildade de arrebatar qualquer um naquela fase, vivia de ajuda dos irmãos, primos, sobrinhos e amigos.

Todavia, quando começou a trabalhar, através de um amigo, com o qual não se avistavam há uma década e meia, por incrível que pareça, todos os parentes deixaram de visitá-lo e assisti-lo, enfim, de dar-lhe a atenção que de tanta era felizardo.

Homem de já elevada idade não entendia o facto, não cabia na sua cachimónia a posição dos parentes, daqueles que lhe pareciam próximos, em tempos de dificuldades, por prestarem-lhe o apoio excessivo até ao ponto de chegar a sentir vergonha.

Movidos pelos tempos comuns, em que empregados e desempregados pareciam não mais ter tempo, mais velho Calú chegou a ter com Giló, a quem nutria elevado apreço no bairro, e começou a partilhar tudo: o início, percurso e o final do seu estado desempregado.

Depois de ouvilo, o mais-novo disse-lhe- Para a sua família, já não mais és prioridade, talvez estejam a estender as mãos a outras pessoas, ou a esperarem que, hoje, como trabalhas e podes algo fazer para com os outros, possas também tirar do teu tempo e ir visitá-los.

Do pensar ao dizer, fê-lo viajar no facto de que quando um irmão ajuda outro irmão, não pode adornar-se tampouco alardear-se em demasia, pois, por viverem e serem quem são uns aos outros, é obrigação existencial e fraternal de cada um.

E por ser necessário às almas humanas, de quem recebeu a atenção, o bem, deve-se esperar ao menos um pouco de gratidão, conquanto haja muitos com poder e em situações que são chamados a intervir e nem por isso o fazem.

Meteu-se mais no meio de tudo e reforçou – Tenho aprendido mais com as coisas negativas neste mundo do que com as positivas, não é que eu seja um negativista por relevá-las pura e simplesmente, é que para aquilo que as pessoas próximas fizeram com o mais-velho, hoje, não nos podemos assustar, não nos podemos elevar, sentir peso ou vergonha, porque aquilo é próprio de nós, é próprio dos humanos.

Aprecio gente que traz a alma na face, todavia amo sobremaneira aquela que a desvenda com pessoas desconhecidas e conhecidas.

 

Por: FERNANDO ADELINO

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