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Quando o feitiço é branco

Jornal Opais por Jornal Opais
16 de Abril, 2025
Em Opinião

Feitiço. Isso é a pior coisa que existe, dizem alguns. Mas todos já sentimos, vimos, ou ouvimos falar sobre ele. Em África e com destaque em Angola, é precisamente uma loucura pensar em viver sem ser influênciado por alguma ou qualquer coisa da sua manifestação.

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De modo geral, Silva define o feitiço como “coisa feita por feitiçaria ou artes mágicas”, que segundo o autor, normalmente estaria ligado a “encantamentos, amuletos e rituais.”

No caso de África, as pessoas consideradas feiticeiras seriam entes que, na visão de Caldas, possuissem habilidades especiais (geralmente chamadas de bruxa[o]s, xamãs ou curandeiros e feitceiros) e que têm conhecimento e experiência na utilização de práticas mágicas.

Em muitos períodos, o feitiço já foi considerado como crime, por exemplo, a Bula Super illus specula (de 1326). O curioso, é que embora vivamos em uma Angola que é maioritariamente católica (e depois protestante), na visão de Altuna (1989), nela tem sido frequentemente registadas ao longo dos anos evidências de que o fenómeno tem aumentado no nas últimas três décadas (comunga CARVALHO 1989).

Então, a feitiçaria tem se revelado um fenômeno que também está relacionado ao espaço urbano e à economia de mercado, servindo de linguagem a disputas políticas e eleitorais e veiculada inclusive entre população escolarizada e até cristianizada (Geschiere 1997).

O grande problema, é que para muitos, o feitiço seria a pior coisa por conta de práticas e rituais envolvendo sangue, carnificinas e mortificações.

Mas, quando o feitiço é Branco? Para alguns autores – como no meadamente Nubia Hanciau é possível estabelecer uma clara diferença entre a “magia branca” e a “negra”, isto é, uma que seria “um pouco mau” diferente de outra que seria “muito mau” (a negra).

Todavia, como argumentam Moore e Sanders 2001, a magia em si, não é forçosamente boa. Há registros de invocações terríveis, sulfurosas e até mortais, logo seu emprego ser quase sempre negativo ou discutível até para as chamadas brancas.

Assim, na visão do autor, na verdade, a magia, sobretudo em sua forma popular, nunca é completamente branca, pois fazer o bem a alguns por meio de determinados métodos pode, em contrapartida, significar fazer o mal a outros…

Também não é completamente negra, pois se fosse francamente diabólica ou assim se apresentasse, não teria reunido padres, pastores, e outros adeptos de uma pequena mágica/feitiçaria inocente, à qual se convertiam para fazer o bem (defende Hanciau).

Portanto, porquê que tudo relacionado aos negros deva ser necessariamente mau? Ora, não se percebe a razão, quando uma senhora (negra), aparece com cartas e fubas, fazendo alguma coisa aparecer do nada, para nós seria rotulada como a víbora da zona, todavia quando as mesmas práticas são feitas na Europa por um homem branco, é comumente atribuido nomes muito pomposos (como truques, talentos, habilidades e enfim).

Pois ninguém nunca questionou como é possivel ao Ronaldo saltar 3 metros de altura sem auxílio artificial. Níguém apareceu em revistas perguntando como Just Baby conseguiu do nada conquistar em um ano tão grande fás (mundialmente)? como explicar alguém ser cortado ao meio em pleno palco e festivais ou ver pessoas levitarem simplesmente pelo agir de um alguém?

Ora, nós (angolanos) e os brancos (Europeus), a os últimos chamamos geniais. Todavia, as mesmas práticas feitas em Angola pelos feitos de um negro seriam globalmente consideradas diabólicas e maquiavélicos.

Tivemos recentemente (2021) o caso de uma criança que segundo as mídias e testemunhas, nasceu falando, literalmente.. A mesma criança na Europa seria ganhadora de prémios e destada na categoria de um super-dotado. Todavia, nós como somos o que somos, no país que somos, chamamos aquilo de literal feitçaria. Enfim, quando o feitiço é branco é plaudido, homenagiado e muito bem divuldado.

O feitoço negro seriam as mesmas coisas, as mesmas práticas, todavia, que teve o azar de ser feita em Angola (África de modo geral), e a infelicidade de provir das mãos de um negro. Pelo o que se vê, não é o que se prática que torna a mágia azul, negra e brança, mas vê-se que quem a prática, sua cor, Statu e país é quem assim determina.

Pois, quantos já ouvimos que o jogador europeu Y, ou o cantor norte-americano J tenha feito algum “feitiço” ou até mesmo pacto como diabo? E oque fizemos? O que seria feito se isto fosse feito por um ente angolano? Enfim, não importando como o chamamos, nem como o justificamos, o lugar em que se pratica ou a forma como o consideramos.

O feitiço sempre será o feitiço. Assim, ou o condenemos no seu todo ou não adianta fazermos conotações singulares e injustosas.

Reforço, sem ingnar o que muitos têm estudado sobre a temática, não podemos negar que o grande ponto de discusão em relação a esse fenómeno, não deveria ser sobre quem a pratica e onde ocorre o fenómeno, mas sim seria se o podemos considerá-lo um fenómeno sociamente aceitável para a harmonia e equilibrio social.

Neste ponto, nossas ideias crenças, metas e necessidades, fazem-nos espontaneamente dizer que sim, ou que não, muitas vezes, sem mesmo nos darmos o trabalho de pensar. Sobretudo, principalmente em Angola, quando o feitiço é branco.

 

Por: SAMPAIO HERCULANO

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