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Qual é o problema com a “Rainha Cleópatra”?

Jornal Opais por Jornal Opais
26 de Maio, 2023
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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A contínua controvérsia sobre a Cleópatra VII provocada pela série documental da Netflix, “Rainha Cleópatra”, esconde um problema fundamental que nada tem a ver com a cor da pele da personagem, mas tudo a ver com a posição de poder que ela ocupa na história.

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Porque o imaginário criado pelo Ocidente, em relação ao Negro, nos habituou a identificá-lo com a impotência, a miséria, a pobreza, a escravidão e a inferioridade.

As grandes figuras da história que o Ocidente defende e promove, e que impõe ao património mundial, são essencialmente brancas.

Por exemplo, quem já viu uma sereia?

Ninguém. Então é porque a Disney nos acostumou tanto com uma sereia branca que quando decidiu adaptar “A Pequena Sereia” (filme que estreia esta semana nos cinemas), com uma actriz negra, a afro-americana Halle Bailey, há escandalosos gritos de racismo branco aqui e ali.

Pior ainda, o Ocidente tem o hábito de nos mostrar um Jesus Cristo masculino, branco, magro, loiro, de olhos claros, ao qual também o nosso imaginário se acostumou, ao ponto de concordar em vê-lo pendurado na sua cruz numa nudez digna de um grande atleta que nos mostra uma imagem obscena de sofrimento.

Os nossos Assimilados o idolatram e até matariam por ele, e se persignam diante da sua efígie para se dar a sensação de se purificarem dos seus pecados assimilados.

Mas, novamente, não há evidências de que esse Salvador dos cristãos tivesse essas características.

Muito pelo contrário, porque cientistas britânicos e arqueólogos israelitas provaram através das suas pesquisas em 2002 que ele tinha uma aparência física mais parecida com a dos Negros.

O verdadeiro problema não é o facto de o documentário da Netflix mostrar uma Cleópatra VII negra, pois nenhum historiador pode dizer ao certo de que cor era essa rainha do Antigo Egito.

Aliás, ninguém poderia proibir o cinema de fazer ficção, pois a sua essência está na própria arte da verosimilhança.

É por isso que em 2010 Gérard Depardieu foi imposto para interpretar Alexandre Dumas, um grande escritor da literatura francesa cuja avó era negra.

Isso foi possível precisamente pelas mesmas razões invocadas por aqueles que hoje criticam a representação da Cleópatra VII em negra.

Sendo o Dumas um dos maiores escritores franceses, era inimaginável tê-lo retratado no cinema por um actor negro ou mestiço numa França atrasada em termos de actores da diversidade e na questão da representatividade em geral.

Estamos, portanto, plenamente aqui na problemática central, aquela que diz respeito à posição de poder ocupada por esse personagem, que parece incompatível com os imaginários criados que representam um corpo negro sob o ângulo das cicatrizes, mutilações ou violências.

E este é o verdadeiro problema revelado pela polémica sobre a Cleópatra VII: a mudança da figuração negra, a sua centralidade hoje e o facto de artistas negros se tornarem actores da sua própria narrativa.

É o caso da arte contemporânea, da literatura, da moda, do cinema, etc.

Que Shonda Rhimes, a poderosa realizadora, produtora e cenarista afro-americana, ousou imaginar, na série da Netflix Bridgerton, uma luxuosa monarquia britânica do século 19, dotada de uma alta sociedade londrina, dirigida por uma mulher negra, essa é a verdadeira convulsão nos imaginários atribuídos aos Negros!

Só que esse movimento vai continuar, é só o começo, pouco importa o racismo expresso aqui e ali, inclusive o que vem do Egito.

Pois o certo é que os Negros entraram de direito e definitivamente no grande palco da história, como exigiu Aimé Césaire no seu aclamado discurso na Sorbonne durante o primeiro Congresso de Escritores e Artistas Negros em 1956.

Essa entrada em cena que surpreende o mundo passadista é visível hoje na estrondosa obra do grande pintor americano de origem nigeriana Kehinde Wiley ou na do ganês Amoako Boafo.

É também o caso no cinema, em particular com Ryan Coogler, realizador de Black Panther, ou Gina Prince-Bythewood, realizadora de The Woman King.

O desconcertante hoje, portanto, nada mais é do que a evolução e a prosperidade dos Negros na representação colectiva.

Então cabe a esse mundo do passado se adaptar à realidade dos Negros de hoje e não o contrário.

Essa realidade reflete-se no garbo com que o casal negro caminha pela avenida Champs-Elysées, o que nos diz que a dignidade iorubá intacta será cada vez mais visível na Broadway ou em Mayfair.

Porque os Negros agora estão de pé e marchando, resolutos.

 

Por: Ricardo Vita

Jornal Opais

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