Há cerca de uma semana e meia, um grupo de jornalistas angolanos de diferentes órgãos de comunicação social encontra-se na China, a participar num seminário de intercâmbio destinado a conhecer, por dentro, os meandros e os desafios que este país enfrenta no seu percurso de desenvolvimento.
À primeira vista, a expressão “rumo ao desenvolvimento” pode soar a sarcasmo, considerando o caminho já percorrido pela China até alcançar o nível em que hoje se encontra. Todavia, o país continua a classificar-se como “em desenvolvimento”, pois persistem zonas rurais que ainda não atingiram o mesmo patamar de progresso que as grandes cidades.
Apesar de ter um sistema político de matriz socialista, a China soube conciliar esse modelo com uma economia de mercado. Tal realidade não significa, porém, que um empreendedor viva “à custa” dos clientes, impondo preços exorbitantes pelos serviços que presta.
Aqui, primeiro vem o povo, e depois o povo — daí a designação oficial de “socialismo com características chinesas”. Em 2021, a China conseguiu erradicar a fome e a pobreza extrema, um objectivo inicialmente previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU) apenas para 2030, no quadro dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O país conta, no entanto, com uma superestrutura partidária, cuja liderança cabe ao Presidente da República Popular da China, Xi Jinping. O líder, como é tratado pelos seus camaradas de partido, revolucionou a nação em todas as suas dimensões, fruto da experiência de gestão acumulada desde a base até ao topo. O povo chinês deseja apenas prosperidade e paz. Isso não impede, contudo, a existência de um sistema militar avançado, capaz de proteger a população.
A 3 de Setembro último, assinalaram-se 80 anos da invasão japonesa, ocasião que serviu para uma grandiosa parada militar, onde se destacou a prontidão em matéria de defesa geoespacial e cibernética — algo que deixou o mundo de boca aberta.
Estiveram presentes, entre outros, os presidentes da Rússia e da Coreia do Norte. Ainda assim, a grande aspiração do cidadão comum é ter trabalho, dignidade e pão à mesa. São objectivos perseguidos diariamente com profundo sentimento patriótico e disciplina, em honra à bandeira e aos pais fundadores da pátria.
A história é preservada e celebrada, mas a China projectase também para o futuro, partilhando a sua experiência com países mais jovens não apenas através da mão-de-obra, mas igualmente pelo contributo à ciência, à inovação e à tecnologia, em áreas como as telecomunicações, a agricultura e a saúde, onde se verificam avanços significativos. Esses resultados são possíveis graças à contribuição de cada cidadão, movido por um sentimento maior: o de unidade nacional.
Todos são chamados a participar na construção do país, independentemente da sua condição social ou financeira. O Estado asseguralhes o essencial para viver com dignidade, garantindo alimentação, transportes públicos eficazes, saúde, energia eléctrica e água potável. Tudo isso só é possível com patriotismo e disciplina na gestão dos recursos — recursos que pertencem a todos, e não apenas a alguns.