Não entra em campo, mas faz-se sentir em cada jogada. Não lança ao cesto, mas empurra cada ponto com a força do coração. Não aparece nas estatísticas oficiais, mas é determinante em cada vitória. É ele que canta, vibra, ergue bandeiras e transforma silêncio em tempestade. É ele que veste as cores, percorre quilómetros, segura cartazes e nunca desiste.
É o público.
É a claque.
É o povo.
É Angola. O nosso sexto jogador. Faltam poucos dias para o início do AfroBasket 2025, e o País está a pulsar com uma energia única. De Luanda ao Namibe, das redes sociais às ruas, das escolas aos mercados, o espírito da competição já se instalou.
Mas este ano é diferente. Este ano jogamos por mais. Jogamos com a alma de quem celebra 50 anos de independência. Jogamos com a força de quem sabe que representar Angola não é apenas vestir uma camisola — é carregar uma Nação inteira no peito.
O sexto jogador não precisa de convocatória. Ele aparece sempre. Esteve lá em momentos de glória e também nas derrotas dolorosas. Nunca virou as costas. E agora, quando somos palco de um dos maiores eventos do desporto africano, ele será novamente decisivo.
Porque não há adversário que resista a uma Nação unida. Não há pressão que intimide quem joga sabendo que tem 35 milhões de vozes a empurrar. Não há cansaço que vença a adrenalina que vem das palmas, dos gritos, dos cânticos, dos tambores. Cada claque é um pulmão colectivo. Cada aplauso é uma injecção de coragem. Cada bandeira erguida é um hino visual.
O AfroBasket é de todos Este não é apenas um torneio da selecção nacional. É o torneio do taxista que leva os adeptos ao pavilhão. Do artista que pinta murais com as cores da bandeira.
Da criança que sonha ser o próximo Jean-Jacques. Do idoso que recorda as primeiras glórias do basquetebol angolano. É de todos. E todos contam. É o momento de provarmos que a maior força de Angola é a sua gente.
Que sabemos torcer, mobilizar, apoiar e, sobretudo, acreditar. Porque quando Angola acredita, o impossível deixa de existir. Se há algo que o desporto nos ensina é que nem sempre vence quem tem o melhor currículo. Mas sim quem tem o melhor espírito de equipa. Quem acredita até ao fim.
Quem joga com o coração. E o coração do nosso jogo é o povo angolano. O sexto jogador. No dia 12 de Agosto, quando soar o apito inicial, os olhos estarão nos atletas.
Mas o verdadeiro combustível estará nas bancadas, nas ruas, nas casas, nas redes — em cada angolano que vive este momento como seu. Porque é. Vamos mostrar ao continente o que é jogar com o sexto jogador mais poderoso de África. Vamos mostrar que, quando Angola se junta, o jogo muda.
Por: EDGAR LEANDRO