Todas as coisas que existem têm nomes, e aliás, até as que não existem têm. Os nomes são, de modo geral, qualquer elemento ou “termo usado para designar, distinguir ou qualificar pessoa, coisa, lugar, situação ou sentimento” (Silva, 2025) Para Farlex (2025), um nome pode ser uma “palavra que designa pessoa, animal, coisa ou ideia.”
Assim, génericamente, cada coisa no mundo tende a ganhar atribuições, títulos e nomeações, de acordo com o seu valor, natureza, contexto ou sentimento. Nesta senda, Cassinda (2017) considera que os Substantivos são na verdade nada mais e nada a menos do que estes “nomes” variáveis, com que designamos as pessoas, acções, sentimentos objectos, animais, etc., ou seja, qualquer coisa. Sendo variáveis, é comum que estes nomes (Substantivos), tendem a mudar em função da sua especificidade, forma, quantidade ou género.
Deste modo, os nomes podem ganhar diferentes formatos e conotações de acordo com o contexto e a função que lhes são atribuídas nos vários cenários comunicativos.
Por exemplo, sempre que tivermos que usar estes nomes para qualificar com eles algo ou alguém, morfologicamente estes nomes ganham atributos de adjetivos, podendo ser pejorativos, quando as qualidades partem com fim de injuriar, caluniar ou mal-conotar alguém, e emancipativos, quando as qualificações sugerem o reconhecimento de valências, valores, ou traços considerados virtuosos.
Assim, qualquer qualidade, feio, alegre, simpático, magro, gordo, etc. seriam na verdade substantivos (nomes), que em função do contexto frásico e da intenção comunicativa passaram a adjetivos. Semelhantemente, o mesmo se enquadra para qualquer outra categoria morfológica ou elemento da sintaxe, pois que tudo e todos não passam de nomes, designações que em função dos contextos ganham novas atribuições.
É por isso que Farlex (2025) considera que os nomes são “geralmente um substântivo ou um adjectivo qualificativo, reputação, título, alcunha, ou qualquer coisa com o qual nos referimos a algo ou alguém.” (apud Novo Diccionário Da Língua Portuguesa © 1913).
Vejamos os Verbos, o que seriam eles senão apenas nomes (Substantivos) de coisas que usamos para indicar nossas ações, sementimentos, pensamentos, estados e outros fenómenos? O que seriam os advérbios, senão por sua vez nomes que se unem aos verbos, adjetivos e ele mesmo para melhorar ou modificar o sentido de uma ideia? Portanto, vê-se que esta ideia é um quadro presente em praticamente todas as outras unidade das categoria morfológicas e da Sintaxe.
Embora que por questões de ensino ou de mera didática pedagógica alguns “estruturalistas” conservadores insistem em fazer de cada elementos um conjunto separado e diferenciado, todos sabemos que a “língua é possuidora de unidades uniformes nas quais todas se encaixam, é se fixam, por meio das quais todas as outras existem e subsistem em suas diferentes funções, atributos e especificidade.” (Ferreira, Félix, 2019, in memorian).
Neste caso, sendo o meu discurso revestido de uma visão mais funcionalista dos fenómenos linguísticos, eu preferiro crer que no começo de tudo eram apenas os Substantivos, e estes, no evoluir dos contextos comunicativos, na ampliação dos vocábulos, e na abertura de novos campos semanticos e neologismos, deram existência a outras somas de atributos, por meio dos quais as pessoas podem melhor especificar não só os seus enunciados e sentenças, como igualmente as suas intenções de tal forma que um nome (Substantivo), não viesse a ser confundido com o outro.
Por: Sampaio Herculano
Pois que afinal, genericamente, “O Quê que não É Um Substantivo?”









