As claques têm um papel fundamental no desporto, sendo muitas vezes o “coração” das bancadas, dando cor, emoção e apoio incondicional aos clubes.
O seu entusiasmo e paixão contagiam os jogadores, criam um ambiente vibrante nos estádios e pavilhões, elevando a patamares superiores o espetáculo desportivo.
No entanto, o seu impacto pode ser tanto positivo quanto negativo, dependendo da forma como se comportam e do apoio institucional que recebem.
Os clubes devem, sim, apoiar as suas claques, desde que estas actuem dentro dos princípios do fair play, da ética e do respeito pelo adversário.
Incentivar o apoio organizado, com cânticos, coreografias e celebrações saudáveis, fortalece a cultura clubística e motiva os jogadores dentro das quatro linhas.
No entanto, quando esse apoio ultrapassa os limites e se transforma em violência, intolerância e atitudes anti-desportivas, a claque deixa de ser um factor positivo e passa a ser um problema para o clube e para a modalidade.
É essencial que os clubes tenham uma postura clara: apoio sim, cumplicidade com comportamentos anti-desportivos, nunca! As direcções devem criar mecanismos para educar e sensibilizar os adeptos sobre a importância do respeito e da sã convivência no desporto.
Ao mesmo tempo, devem abster-se de encobrir ou proteger elementos que promovam violência, seja dentro ou fora dos estádios.
A paixão pelo futebol (ou qualquer outra modalidade) não pode ser confundida com ódio ao adversário. O verdadeiro espírito desportivo ensina-nos que se pode apoiar intensamente, vibrar e até sofrer com um jogo, sem nunca ultrapassar a linha do respeito e da dignidade.
Afinal, o desporto é uma festa, e as claques devem ser os animadores, e não os protagonistas de episódios lamentáveis.
Por: Luís Caetano