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O labirinto de vozes

Jornal Opais por Jornal Opais
22 de Janeiro, 2024
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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O labirinto de vozes

Por vezes somos tentados a dizer as coisas conforme elas são, mas arte, como boa senhora que é, surge, se instala em nós e conduz as nossas ideias para não pecarmos.

Dá vida e forma aos pensamentos, e quando damos por nós temos as nossas ideias contadas numa voz que nos pertence, mas nos é dada como empréstimo. António, João ou Bernardo, dá-lhe o nome que quiseres.

É um grande profissional, não apenas pelo percurso, mas pelos valores que têm e muitas vezes incompreendidos.

Nele, quase sempre a arte faz moradia, permitindo-lhe exteriorizar de forma organizada os seus pensamentos. Bernardo está sentado, com os cotovelos pousados sobre às coxas, tem o queixo apoiado a mão.

Muito cedo tornou-se responsável, as circunstâncias lhe roubaram a infância conforme os meninos roubam os frutos de uma árvore. Ele vive querendo de volta a liberdade e a poesia que sempre teve, mas não sabia que tinha.

“A maturidade é uma ladra, rouba-nos a felicidade e vende-nos caro pequenos instantes de alegria e prazer” – pensa e revira a mente a ver se retira de lá algo que valha a pena.

Percebe que a mente está mais propensa a recriar do que propriamente lembrar os factos. Levanta a mão e dirigiu-a à janela, abre as persianas e vê a cidade, o caus, e mais longe dois jovens sentados à mesa do restaurante vizinho do edifício por onde está.

– O que conversam esses dois? Questiona-se despertando o seu senso crítico e esquecendo-se de onde estava.

Um dois jovens sentados carregava consigo uma agenda e parecia anotar os pontos mais relevantes da conversa que, pelo clima, mais se parecia a uma reunião de negócios.

– Falar de negócios, aqui? – Talvez – respondeu Bernardo a si mesmo e fechou o monólogo. Quando pensa fechar as persianas e sair da janela, surge uma brisa carregando vozes, várias, com diferentes assuntos, oferecendolhe, daquele jeito, a oportunidade de escolher que conversa ouvir.

“Cada turista sabe o que procura e todos querem viver experiências memoráveis” – disse uma voz. “Sei que o esplendor desta terra maravilha qualquer um, mas isso de lama não está certo” – anunciou a outra. “Ele deu o seu contributo a comunidade académica e não só. Não merecia tal morte”.

“Nem mesmo o teatro que se assistiu” – lamentaram as vozes. “Anualmente as nossas universidades formam mais de três mil jovens que, se olharmos bem, automaticamente se convertem em mais de três mil desempregados pensando que o certificado lhes vai conferir a oportunidade que tanto procuraram” – disse outra voz.

“Esse é um problema nosso, parece uma bomba-relógio que aumenta a cada ano que passa. Rezemos que isso não venha explodir”. “Meu amigo, isso já explodiu, as pessoas já entraram num estado de saturação, vivem desesperadas. É só ver como se abarrotam os portões das instituições quando estas anunciam vagas de emprego.

As pessoas estão desesperadas e muitas sem crença nas políticas do nosso estado. “Mas então, de quem é a culpa? “Não vamos procurar culpados, não gosto perder tempo com isso, soluções é o que nos trouxe cá, nesta tarde de quarta-feira”.

Sérgio, ou Bernardo identificou os donos das vozes, e mirou atentamente para eles. “Se te derem água, algumas plantas e disserem vai plantar no deserto, tu aceitas? “ “Claro que não.

Existem variáveis necessárias para a edificação de uma floresta, não basta água e plantas”. “As nossas instituições de ensino precisam mostrar essas variáveis aos estudantes.

O nosso governo precisa construir ecossistemas que promovam o conhecimento e permitam-nos encontrar soluções para nossos problemas”.

“O nosso adora prometer o que ele sabe não consegue oferecer”. “São essas promessas que nos fazem preguiçosos e nos vendem um conforto que não existe”.

Bernardo percebe que estava há muito tempo no quarto de banho e decide sair para continuar acompanhar a conversa noutro compartimento da residência.

Higieniza-se e quando pousa a mão sobre a maçaneta depara-se com o lembrete estampado na porta: Use o espaço como se estivesse a cometer um crime, não deixe rastos.

Bernardo pôs-se a rir e mirou para atrás a fim de conferir se havia rastos do trabalho fez no vaso sanitário.

Jornal Opais

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