A Linguística Aplicada (LA) é um campo essencial de investigação que conecta teorias linguísticas à prática social e educacional, e não deve ser negligenciado em discussões acadêmicas ou pedagógicas.
Trata-se de um domínio plural e transdisciplinar, que não se reduz a uma mera aplicação de teorias linguísticas, mas que integra perspectivas diversas sobre a linguagem em contextos reais .
Autores como Alastair Pennycook, precursor da Linguística Aplicada Crítica, alertam para os riscos de práticas de ensino que reproduzem desigualdades sociais.
Segundo ele, “a aprendizagem de línguas deve se estancar de ações que consolidem as desigualdades sociais” . Essa perspectiva crítica resgata a dimensão política e emancipatória da linguagem, reforçando a pertinência da LA no contexto contemporâneo. Além disso, a LA pode estabelecer pontes com outras áreas, como a Teoria da Complexidade e a Transdisciplinaridade.
Maximina Freire discute como “possíveis conexões entre Linguística Aplicada, Complexidade e Transdisciplinaridade” enriquecem a compreensão da linguagem como fenômeno indisciplinar e inter-relacionado.
No plano global, destacam-se pesquisadores como Ken Hyland, um dos mais citados em escrita acadêmica e inglês para fins acadêmicos. Hyland desenvolve importantes contribuições no estudo do discurso e da escrita em segunda língua.
Sua produção realça a relevância da LA em contextos universitários e de pesquisa internacional. Em síntese, não deixar de fora a Linguística Aplicada significa reconhecer sua função vital como campo de conhecimento que:
1. Aborda a linguagem em seu viés social, educativo e político.
2. Encoraja práticas pedagógicas críticas e inclusivas.
3. Estimula a interdisciplinaridade, conectando-se a abordagens complexas.
4. Apoia-se em contribuições de figuras influentes como Pennycook e Hyland. Valorizar a LA é entender que a linguagem, enquanto fenômeno social, exige análise reflexiva e comprometida com a justiça educativa.
Como sinalizamos acima, autores como Pennycook e Freire não apenas alertam sobre os perigos de ignorar sua dimensão crítica, mas também oferecem caminhos para promover uma linguística verdadeiramente aplicada e transformadora
Por: MARCOS DALA
Professor