Em muitas organizações, o capital humano deixou de ser apenas um recurso de execução de tarefas para se tornar no principal motor de inovação e crescimento. Na verdade devia ser assim, mas em Angola, este desafio ganha contornos especiais com a entrada em vigor da Lei n.º 12/23 – Lei Geral do Trabalho, que estabelece princípios claros sobre a valorização do trabalhador, igualdade de oportunidades, formação contínua e estabilidade laboral.
Dizer que “Nada é melhor para uma Instituição que a descoberta de um Talento” é reconhecer que os resultados sustentáveis não dependem apenas de máquinas, sistemas ou capital financeiro, mas sobretudo de pessoas com competências, criatividade e sentido de missão.
A nova Lei Geral do Trabalho, ao disciplinar temas como a formação profissional, a avaliação de desempenho, o enquadramento do contracto de trabalho e os direitos fundamentais do trabalhador, vem reforçar que a descoberta e retenção de talentos é uma obrigação estratégica para qualquer entidade empregadora.
Não se trata apenas de cumprir uma exigência legal, mas de construir vantagem competitiva. No contexto actual, em que muitas instituições enfrentam dificuldades de produtividade, alta rotatividade e falta de engajamento, a aposta no talento humano surge como resposta: Identificar as capacidades singulares de cada trabalhador; Formar continuamente, preparando quadros para os desafios do mercado; Reconhecer o mérito, através de progressões, prémios e condições dignas; Reter os melhores, promovendo equilíbrio entre a valorização profissional e o bem-estar laboral. A Lei 12/23 não deve ser vista como mera imposição legal, mas como ferramenta de gestão estratégica.
O empregador que se antecipa, cria planos de carreira e investe no potencial humano, não apenas cumpre a lei – garante a sustentabilidade da sua Instituição. Em suma, nenhuma máquina, nenhum regulamento e nenhum investimento externo será tão decisivo como a capacidade de uma instituição descobrir, cultivar e preservar talentos. É aqui que reside o verdadeiro futuro das organizações angolanas.
Por: Yona Soares
Advogada e Gestora de Recursos Humanos









