Na semana passada, ouvi um episódio do PodPeople com a médica psiquiatra brasileira Ana Beatriz Barbosa e o Alexandre Monteiro, decifrador de pessoas português. Foi uma conversa descontraída, mas recheada de conhecimento sobre o comportamento humano.
Entre tantos pontos interessantes, um em particular ficou chamou muito a minha atenção: a linha fina que separa a motivação da manipulação. O Alexandre explicou de forma simples e pedagógica que as duas têm praticamente a mesma base, as mesmas ferramentas de persuasão, a mesma capacidade de influenciar e inspirar acções. Qual seria então a grande diferença? A intenção.
Quando alguém motiva, leva a pessoa a agir para o seu próprio bem, para crescer, para conquistar algo positivo. Quando alguém manipula, usa exatamente as mesmas técnicas… mas para benefício próprio, mesmo que isso prejudique o outro. São vários os exemplos que poderíamos dar, mas pense comigo:
Um líder que acredita no seu potencial, que o encoraja a estudar, a se preparar, a dar o seu melhor — está a motivar. Um líder que o convence a trabalhar horas extra, sempre com promessas vazias, apenas para atingir os objectivos dele — está a manipular.
No dia-a-dia, essa linha é tão ténue que, se não estivermos atentos, podemos ser facilmente conduzidos sem perceber para onde, nem porquê. E de certa forma, acabamos por ser, mesmo que as vezes aconteça sem percebermos.
E aqui vai um alerta: a manipulação também pode vir disfarçada de “boa intenção”. Às vezes é um amigo que o “aconselha” a desistir de algo, dizendo que é para o seu bem, mas na verdade está com medo de o ver avançar e deixá-lo para trás.
A reflexão de hoje é dupla:
Como tem estado a usar a sua capacidade de influenciar? Quando fala, quando aconselha, quando orienta — a sua intenção é ajudar ou apenas obter o que quer? E, do outro lado, será que você não está a seguir cegamente a voz de alguém que, apesar de falar bonito, não tem realmente o seu melhor interesse em mente? Nem sempre é fácil responder a isso, mas há um bom teste: Motivação deixa-nos mais fortes, mais confiantes e com mais clareza.
Manipulação deixa-nos mais confusos, inseguros e dependentes. Talvez, no fim das contas, não se trate apenas de duas faces da mesma moeda, mas sim de dois caminhos opostos que começam na mesma porta. Cabe a cada um de nós saber para que lado vai caminhar.
Que Deus abençoe a sua jornada e lhe dê discernimento para reconhecer quando está a ser motivado e quando está a ser manipulado, e sabedoria para influenciar sempre para o bem.
Receba o meu carinhoso e apertado abraço, bem como a promessa de voltar para mais partilhas matinais. N’gassakidila. Por: Lídio Cândido (Valdy) https://www.instagram.com/ lidio_vlademiro https://partilhasmatinais.blogspot.com.
Por: LÍDIO CÂNDIDO “VALDY”