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Jornalista com carácter é um herói e não refém

Jornal OPaís por Jornal OPaís
26 de Setembro, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 7 mins de leitura
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O jornalismo angolano carrega uma herança de luta, compromisso e resistência. Desde a independência, os profissionais da comunicação social têm sido pilares na construção da identidade nacional, guardiões da verdade e promotores de cidadania. Mas, ao longo do tempo, os desafios também cresceram, e com eles a necessidade de reafirmar o caráter e a integridade como bússolas da profissão.

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O carácter é a bússola invisível que guia os passos do jornalista. É dele que nasce a integridade, e é nele que se sustenta o compromisso com a verdade. Sem carácter, a profissão se torna apenas um eco vazio, incapaz de cumprir sua função transformadora.

A integridade não se compra nem se negocia. É no silêncio das escolhas diárias que se revela se estamos de pé diante da nossa consciência ou curvados diante das conveniências. Um jornalista sem integridade é um corpo sem alma, uma pena que escreve sem propósito.

O compromisso do jornalista começa consigo mesmo. Antes de prestar contas à sociedade, ele precisa se olhar no espelho e reconhecer quem é. Quem foge dessa reflexão se perde no caminho, entregando-se ao aplauso fácil ou ao silêncio cúmplice. É importante reconhecer que vivemos tempos de acomodações perigosas. Já que, muitos se escondem atrás da desculpa da sobrevivência, mas esquecem que sobreviver sem essência é morrer lentamente.

O conformismo que abraçamos é a mesma cela que nos prende. A sociedade espera do jornalista coragem. Não se trata de heroísmo vazio, mas de firmeza em dizer o que precisa ser dito. Quem teme perder privilégios se esquece de que a maior perda é a própria consciência. Cada linha escrita tem um peso.

Cada silêncio imposto tem um custo. O carácter não se prova nos momentos fáceis. É na pressão, no risco, no desafio, que se revela quem realmente somos. Um jornalista de verdade não negocia princípios. É urgente reflectirmos: até que ponto temos sido fiéis ao nosso chamado? Ou usamos a caneta para bajular, em vez de libertar? Essas respostas não se escondem para sempre. O futuro é construído pela soma das nossas escolhas de hoje.

O jornalista precisa resistir à tentação do conforto. Casas, carros, favores e bajulações podem até aliviar a vida material, mas pesam como correntes na vida moral. Muitos repartem com suas famílias os frutos de uma integridade vendida. Mas depois, em silêncio, lutam com a consciência. Porque a comida entra e sai, o dinheiro entra e sai, mas o carácter que se perde nunca mais volta. A essência do jornalismo não está na técnica, mas no coração de quem o exerce.

É preciso resgatar a educação que recebemos, os valores que nos moldaram e a coragem que nos foi ensinada desde cedo. Um profissional que se esquece dos princípios que aprendeu em casa facilmente se perde nas tentações do mundo. Mas quem tem raízes fortes não se dobra ao vento da corrupção.

A sociedade pode até perdoar erros, mas não perdoa a falta de integridade. O jornalista que se vende se torna descartável, invisível, irrelevante.Prova disso, são os que desfilavam de fatos e gravatas, saltos e cabelos longos em zonas palacianas, como filhos do Rei.

Deixaram as indumentárias por medidas e o tráfico de influências falar mais alto que a profissão.Nas redações, tinha mais poderes que os PCAs. E quem reclamasse era apenas vulto na sala, recebia o mísero salário, mas sem agenda de cobertura.

Hoje, tombou o rei, o reinado, os príncipes e as princesas e todos os servos da corte real. Os que fingem não aceitar a realidade, fazem o papel de “rói e sopra”, a ver se ainda conseguem, pelos menos, as migalhas que caem da mesa do novo Rei. Dizem nos bastidores que muitos destes andam dispersos com peso de consciência de entrar nas redações, devido aos males que causaram aos colegas.

Outros preferiram se juntar ao grupo dos que “não fazem falta”, nas bandas de camões. Será? E de quem é a culpa desta vez, do regime? Das necessidades adversas da vida? Ou da nossa falta de carácter e integridade? Entre jornalistas? Infelizmente, a competição natural se transforma em rixa pessoal. Colegas que deveriam caminhar lado a lado pela verdade e pelo serviço público acabam por se sabotar mutuamente.

Em vez de somarem forças, alimentam divisões, não por ideologia ou visão profissional distinta, mas por inveja e ambição desmedida. Nos corredores das redações, surgem práticas maliciosas disfarçadas de profissionalismo. Há quem destrua reputações com boatos, quem distorça relatos para fragilizar colegas e quem, sem remorso, use intrigas como moeda de troca para ascender.

A nomeação para cargos de chefia ou destaque torna-se, assim, alvo de manobras reprováveis. Em vez de ser reconhecido quem trabalha com rigor, dedicação e compromisso, sobem aqueles que dominam o jogo da intriga e o tráfico de influência.

O problema se torna ainda mais grave, quando os próprios trabalhadores já denunciam as falhas dos conselhos de administração, acusando-os de exercerem um poder que ultrapassa os limites da dignidade, tratando os profissionais com desdém e impondo um clima tóxico nas redações. Criam ilhas artificiais, promovem divisões e alimentam intrigas, como se o jornalismo fosse campo de guerra interna.

Pior ainda, cercam-se de jornalistas e funcionários menos preparados, que se transformam em claques de apoio, com falsas promessas de promoção que nunca chegam. Nessa engrenagem, os que têm talento e mérito acabam combatidos como inimigos.

Isso, também, mancha o carácter e a integridade da classe. É uma corrente que parece não ter fim. Os mais ousados na arte da intriga, passam os dias a circular pelos corredores do ministério, carregando relatórios semanais de queixinhas contra colegas e até contra os próprios administradores.

Hoje acusam o profissional íntegro, amanhã o conselho, e sempre encontram no “regime” o bode expiatório perfeito para os seus fracassos. Este comportamento revela não apenas ausência de carácter e integridade, mas também a incapacidade de honrar a nobreza da profissão.É uma conduta que corrói não apenas a confiança entre profissionais, mas também a credibilidade da comunicação social perante a sociedade.

Quando jornalistas se tornam máquinas de destruição contra outros jornalistas, esquecem que a primeira vítima não é o colega de profissão, mas o próprio jornalismo. A credibilidade só floresce quando o mérito é o fundamento.

Uma das formas de exterminar esta cultura nociva é apostar em processos transparentes de avaliação e seleção, com critérios claros e justos. Se cada nomeação for acompanhada de provas reais de competência, ficará mais difícil que a intriga suplante o trabalho. A verdade, sustentada por evidências, deve ser o filtro contra a manipulação.

É tempo de terminar esse ciclo de desordem. O ministério e os próprios presidentes dos conselhos de administração precisam ter a coragem de denunciar os que promovem intrigas e sabotagem na classe. A liderança não pode permitir que a serpente da divisão domine o lar do jornalismo. Como pai que protege a sua casa, é preciso erguer-se com firmeza para restabelecer a disciplina e a verdade.

Sem ordem e autoridade, o caos continuará a reinar. Mas, com decisão e coragem, a dignidade, o carácter e a integridade poderão ser resgatadas. Os líderes precisam compreender que não foram nomeados para serem amigos entre si, nem amigos dos jornalistas. Amizade não é liderança, e confundir os papéis fragiliza a instituição que representam.

Ser próximo não significa ser cúmplice, muito menos fechar os olhos às falhas gritantes. A função de governar exige firmeza, autoridade e o sentido de justiça que ultrapassa conveniências pessoais.

Quem não consegue distinguir isso, não honra o manto que lhe foi confiado. Essa falta de discernimento mina todo o trabalho colectivo e coloca em risco o prestígio do próprio regime. Põe em causa a preferência e a confiança de quem os nomeou, seja o Rei, seja aquele que sugeriu o seu nome para a realeza da função.

O poder é responsabilidade sagrada. Se for mal exercido, corrói a confiança do povo e desonra a palavra dada pelo Soberano. Por isso, a liderança deve ser exercida com carácter, integridade e coragem, não com compadrio ou simpatias pessoais.

É urgente a cultura de união entre profissionais. As associações, sindicatos e escolas de jornalismo têm de reforçar os espaços de diálogo, só assim a classe se purifica de dentro para fora.

Vamos nos abraçarmos com solidariedade verdadeira. Só com amor sincero à profissão e ao próximo, poderemos resgatar a dignidade da nossa classe e devolver à sociedade a confiança perdida.

Por: YARA SIMÃO

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