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Há uma justificativa para escrever mal, prestimoso escritor?

Jornal Opais por Jornal Opais
18 de Abril, 2025
Em Opinião
Tempo de Leitura: 3 mins de leitura
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Apreendidas nove armas de fogo e detidos mais de cem suspeitos

Ora bem, prestimoso amigo, todo escritor pode representar de modo alegórico a liberdade de expressão dos sentimentos, angústias, aspirações e desejos de um mundo, e tudo isto, tendo sempre em conta as influências do meio.

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Por outras palavras, o escritor é aquele que se define pela sensibilidade, imaginação e expressividade artística. Neste sentido, o exercício da arte é uma liberdade, e diz uma máxima que para escrever basta ter alguma coisa para contar, mas agora o que escrever? Como Escrever? Nunca melhora seu estado quem muda apenas de lugar e não de vida e hábitos.

(Quevedo, Vida del Buscón) No Contexto da produção literária, hodiernamente, muitos desdenham o talento linguístico assim como o conhecimento da ciência da palavra, e não há talento sem forço, refiro ao exercício constante de leitura e releitura.

Tire da cabeça a ideia que, simplesmente pela inspiração, o escritor consegue produzir, na verdade, ela é boa, mas quando alimentada; se não deres alimento a vaca como vai te dar leite? Para melhor explicar temos, à luz de Maieuta Ngonga, pseudónimo de Carlos Ngonga Pascoal, na Revista Sol Nascente no seu artigo intitulado “Literatura de Angola/Literatura angolana, adverte-nos: Como se sabe, quando não se domina a linguagem compreendida como capacidade exclusivamente do homem de usar sistemas complexos de comunicação, corre-se o risco de fazer a mau uso dela em todas as suas vertentes, tornando-se, entretanto, num instrumento ao serviço do engano, como nos adverte o insigne filósofo Platão, no Crátilo, embora tenha feito referência à poesia.

Deste modo, já pensou nas infinitas formas que dispõe para não escrever mal? ‘’Só as obras bem escritas hão-de passar à posteridade”. Essas palavras foram escritas por um naturalista, o Conde de Buffon, ao tomar posse na Academia Francesa, em 1753, neste ínterim, queremos dizer é necessário que o escritor produza a obra literária com estilo e signo do contexto social, ou seja, não pode, simplesmente, produzí-la ao acaso.

Além disso, voltando ao tema, escrever não é um processo automático, pronto a nascer, ela exige esforço abstracção, vocabulário diversificado, disciplina vencer nossos pseudo-limites da imaginação educada.

Ora bem, caro escritor, sei que é injusto pedir de todos o mesmo padrão de escrita. E conheço a gritaria dos que papagueiam o velho argumento: é preferível escrever qualquer coisa do que não escrever, neste caso, não, não basta pensar que dominar apenas a ortografia, daria um salto evolutivo no mundo da escrita literária.

Escrever é obter acesso ao conhecimento da nossa realidade, e isto, implica o trabalho sobre a linguagem com intensidade humana inserida na colectividade, notemos bem, um escritor precisa estilo. A propósito, deixemos aqui as palavras de Aquilino Ribeiro: “Em literatura o estilo é como álcool para os corpos embalsamados: conserva-a”.

Assim, não admira o forte interesse demonstrado pelos leitores em obras de Pepetela, Ondjaki, Agostinho Neto, Mia Couto, Fernando Pessoa, Chinua Achebe, Eduardo Agualusa, Wanhega Xitu, Mwene Vunongue e outros, pois para estes escritores, escrever é uma condição necessária e suficiente para o ingresso na pátria humana.

Portanto, a escrita não possui nenhuma magia, senão a leitura e releitura para dar fala às profundezas da alma, por este motivo, quando escrevemos, devemos sempre lembra a importância da força oculta que uma verdadeira escrita pode despertar no leitor. Escrever é remédio, ainda que escrita nem sempre contenha resposta para todos os males que nos atormentam.

Eventualmente, como se pode observar nas obras dos escritores citados, a escrita toma posse da experiência, idealiza-a, recria-a e pode dar-nos um visão profética, ou seja, quase profeticamente, o escritor percorre os espaços do presente e do futuro, perscrutando com minucia atenção a sociedade, oferecendo reflexão, liberdade, esperança.. Neste dealbar, esta competência do escritor de antever deve estar sempre ligada ao seu pensamento estratégico no acto da escrita.

Daí que o caminho da escrita é outro, completamente diferente: o caminho da escrita é olhar para a realidade, descobrir o mundo que está à sua volta, perceber como essa vidinha das pessoas que você acha tão pequenas, enfadonhas; sem graça e destituídas de complexidade, essas vidinhas escondem às vezes grandes tragédias, preocupações sérias, casos complexos, dramas emaranhados.

Escritor, vamos vencer a mediocridade e devemos trabalhar a escrita como o carpinteiro trabalha a madeira. Sumamente, queremos com isto dizer, que muitos escritores não querem vencer a própria incultura, a instrução precária seja formal ou informal, e, com certeza, muitos orgulham disso, deixando toda tarefa para os críticos literários, revisor linguísticos e leitores sólidos.

Não há, portanto, nenhuma legitimidade, nenhuma autenticidade numa literatura que abusa da linguagem vulgar; da gíria, ou que compõe uma armadilha confusa para o leitor, reflexa de pleonasmos, cacofonia e solecismos, uma literatura que não se diferencia da linguagem utilizada pelo jornalista.

Extensiva gratidão, Amigo! *Escritor, Ensaísta, Professor e Licenciado no ensino da Língua Portuguesa pelo Instituto Superior de Ciências de Educação (ISCED-HUAMBO). Membro da GERAÇÃO LITERÁRIA PEDAÇOS DE PAPÉIS e da BJLA.

 

Por: JOÃO BAPTISTA CUNHA (SIMPLES DE PAPEL)

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