Apresente proposta temática a que nos propusemos, funcionalismo morfo-semântico no contexto educativo angolano – Perspectiva Etnolinguística: dialogismo entre o enunciado conotativo e denotativo, resulta de leitura etnolinguística, tendo em conta as especificidade da esteira sociolinguística angolana. Partimos das fronteiras existentes entre a língua como um simples objecto da acção humana e como meio de articulação entre a teoria e a prática como instrumento de trabalho e de transformação do e no contexto educativo angolano.
Pois, em função de aferições analíticas, a sistematização e a materialização do funcionalismo morfo-semântico releva-se pela configuração de como se articula a língua/linguaguem sob as lentes do cosmo-plurissignificativo, a língua/linguagem nos seus contextos no processo educativo do global ao local, seus dialogismos entre o conotativo e o denotativo que se vincula do ideal ao real, do conjuntural ao etnocultural, suas significações, suas representações e suas implicações tendo em conta as realidades dicotómicas e os diferentes estágios sociohistórico de Angola a partir do tecido etnolinguístico. Para Bakhtin “O fundamento de toda a linguagem é o dialogismo, essa relação com o outro.
A vida é dialógica por natureza. Viver significa participar de um diálogo” (1961, p.293) A sua relação de funcionalidade entre o conotativo e o denotativo compreende os segmentos da subjectividade e da objectividade como dispositivos da realidade semiótica dos interlocutores e, posteriormente, o dualismo imaginário das significações que as falas adquirem no ensino conforme as lentes etnolinguísticas dos entes educandos.
Assim, pensamos que as unidades e as estruturas da língua/linguagem devem ser estudadas não como entidades autónomas, mas como manifestações de capacidades cognitivas gerais, da organização conceptual, de princípios de categorização, de mecanismos de processamento e da experiência cultural, social, individual e colectiva. Portanto, com as devidas objecções que possam advir, o morfo–semântico compreende a esteira da semiótica que abre outras, novas e diferentes leituras no código de interpretação etnolinguística no processo educativo.
Ora, a compreensão sobre linguística aplicada é fundamental, pois, visa gerar entendimentos sobre o uso da linguagem em contextos educativos com fito de se evitar excessos, disfuncionalismos na relação texto –contexto/ contexto-texto. Para o alcance do funcionalismo morfo- semântico que, em nosso artigo, diz respeito à natureza das palavras que passam pelo processo de adaptação linguística por conta da compreensão, da interpretação e dos conhecimentos sociolinguísticos dos entes directos, ou não, no contexto educativo angolano.
A linguagem, na perspectiva morfo-semântica, no processo educativo no contexto angolano, tendo vista o pluralismo, deve criar possibilidades de novas abordagens, questionar o meios de transmissão de conhecimento, promover a compreensão dos traços etnoculturais.
A linguagem sob o prisma do etnolinguístco no processo educativo existe e coexiste para estabelecer diálogo, para comunicar-se, para relacionar-se, para fazer-se presente, para institucionalizar-se.
Portanto, os interlocutores constituem-se à medida que existem à base do princípio da alteridade, assim, o outro e as suas experiências são imprescindíveis para a interpretação morfosemântica. Fiorin acredita que o dialogismo consubstancia-se nas relações semânticas que se verificam entre enunciados sem as quais não há enunciação nem interação.
Neste sentido, a língua prescrevese à transversalidade que se acopla a dimensão axiológica e sistémica que se traduz no processo contínuo do funcionalismo morfo-semântico na construção dos enunciados etnolinguísticos, no processo educativo no contexto angolano, que sejam capazes de efectuarem transformações cognitivas.
Apoiamo-nos ao Professor Paulino Soma que sublinha que “A composição linguística da população angolana afigura-se bastante complexa” (2015, p. 38) Logo, há uma tridimensionalidade correlacional, que precisa ter em vista a complexidade, entre as línguas, as culturas, as realidades cognitivas dos entes educandos, a sua cosmovisão, nos processos educativos que desembocam na aprendizagem construtiva.
Por: Hamilton Artes









