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Estratificação Linguística

Jornal Opais por Jornal Opais
24 de Novembro, 2023
Em Opinião

A ideia de estratificação tem ecoado muito nas diferentes análises, sobretudo, sociológicas. É por esta razão que entendemos estratificação com Lakatos e Marconi (2013), que sublinham o facto de que “os indivíduos e grupos de uma sociedade diferem-se entre si em decorrência de vários factores, formando uma hierarquia de posições, estratos ou camadas mais ou menos duradouros.

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Este facto real, observado em todas as sociedades, significa que nelas os indivíduos e grupos não possuem a mesma posição e os mesmos privilégios, mas, sob esse aspecto, diferem entre si. Portanto, inexistem sociedades igualitárias puras.

A esta diferenciação de indivíduos e grupos em camadas hierarquicamente sobrepostas é que denominamos de estratificação” (p.87).

Assim, embora se fale em estratificação social, aqui e agora, propusemo-nos falar em estratificação linguística que se podia entender como a classificação hierárquica dos falantes de uma ou de várias línguas, a olhar para os “privilégios linguísticos” bem como a noção de “certo e errado”.

Este facto é perceptível, também, da visão do professor Camacho (1980), que nos leva a perceber que os estudos sociolinguísticos têm dado visibilidade ao facto de que a língua tem demonstrado uma irrefutável estratificação, na medida em que os seus usos determinam o tipo de camada ou classe a que o grupo pertence, sendo motivo de se evocar as antíteses de “certo e errado”.

Podemos olhar para o contexto plurilingue angolano e perceber a estratificação linguística em duas perspectivas.

A primeira está ligada à ideia errada de que as demais línguas que coabitam com o português, como Kimbundu, Umbundu e outras, são inferiores em relação à língua oficial e de escolaridade — a Língua Portuguesa—, ficando as outras relegadas a segundo plano tal como se fez nos dois documentos importantes, isto é, na Constituição da República e na Lei de Bases.

Este primeiro problema leva a classificar, consequentemente, os falantes das demais línguas como inferiores, estimando os falantes do português.

O que se apresentou tem levado a desvalorização dos que não têm o português como a língua materna. Sobre isso, Tavares (2007) mostra que a designação de língua materna está ligada ao facto de que, nas sociedades ocidentais, a mãe deve transmitir a sua língua à criança.

A língua da mãe é assim a primeira língua, é a língua da socialização da criança, a língua considerada como adquirida de forma natural, em contacto com a mãe e com os outros, em interacção. Logo, nem todos a têm como língua primeira ou língua materna, o que nos leva ao segundo problema.

O segundo problema de estratificação linguística seria o de apontar o “certo e errado”. Poderíamos, dentro de uma mesma língua, o português, por exemplo, classificar uns como “bons falantes” e outros como não.

Para piorar, achar que os ditos “bons falantes” são, por assim dizer, da elite, do topo da pirâmide e que, portanto, merecem mais reconhecimento e estima de nossa parte. Temos de nos lembrar de Bagno (2002), que deixa clara a ideia de que “tudo aquilo que é classificado tradicionalmente de “erro” tem uma explicação científica perfeitamente demonstrável.

A noção de erro em língua é inaceitável dentro de uma abordagem científica dos fenómenos da linguagem.

Afinal, nenhuma ciência pode considerar a existência de erro em seu objecto de estudo” (p. 72).

Logo, não podemos classificar as pessoas em função do modo como falam, menosprezá-las demonstra um fraco ou nenhum conhecimento da linguística portuguesa que é, de facto, uma ciência, não fazendo juízo de valor em relação à língua ou ao modo de comunicação entre as pessoas.

Assim, torna-se imperioso que nos dispamos da ideia de classificar ou estratificar as pessoas em função da língua, em função do modo como falam, pois, cada língua é um acervo peculiar para os seus falantes e os fenómenos linguísticos devem ser motivos de estudo, de explicação e não de estigmas.

 

Por: PEDRO JUSTINO “CABALMENTE”

*Professor e Académico –Talvez Sociolinguista

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