Em duas ocasiões, no corrente ano, visitei a província do Uíge. Num primeiro momento, numa passagem para os preparativos do último fórum realizado pela MediaNova. E num segundo, já durante a sua realização, num evento em que estiveram presentes empresários, políticos e até uma diplomata, no caso a embaixadora do Gabão no nosso país.
Foi durante o encontro de preparação do evento, nas instalações do Governo Provincial do Uíge, que ouvi do governador José Carvalho da Rocha garantias de que estava tudo assegurado para que as conhecidas minas de Mavoio, agora baptizadas de Tetelo, retomassem a produção ainda este ano. Há muito que ouvia falar desta possibilidade.
Aliás, era quase impossível pleitear com um natural ou descendente do Uíge que falasse sobre as suas riquezas e não mencionasse o potencial mineiro da província, que nos últimos tempos vem sendo notícia por conta do desenfreado garimpo de ouro nas suas ricas matas.
Conhecida como a terra do bago vermelho, em alusão ao café que esteve na origem da construção de uma considerável percentagem do parque imobiliário na capital do país, o Uíge assistiu adormecido, nos últimos 50 anos, às minas de cobre de Tetelo, uma importante e disputada commodity nos dias de hoje. Reza a história que os últimos carregamentos de cobre, que Angola já explorava no mesmo local, terão ocorrido na véspera da independência.
Logo depois, o país não mais viu a exploração destes minérios, passando a importar todas as suas necessidades relacionadas com este produto, apesar da forte procura existente no mercado local. De acordo com o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, ‘após mais de cinco décadas de inactividade, Angola retoma a exploração de cobre em Maquela do Zombo, com um investimento da empresa Shining Star Icarus superior a 250 milhões de dólares.
O projecto cobre uma área de 2.000 km² e inicia operações com capacidade de 2.500 toneladas por dia, em regime de lavra a céu aberto’. Garante ainda o organismo estatal que ‘a mina vai empregar mais de mil trabalhadores, maioritariamente angolanos, e promete dinamizar a economia local e nacional, posicionando o Uíge como novo pólo mineiro estratégico do país’.
Olhando para os empregos directos proporcionados, já se pode concluir até que são quase que inimagináveis os benefícios daqueles que tiveram a oportunidade de conseguir um posto de trabalho.
E ao lado estão os empregos indirectos que irão melhorar significativamente a vida dos habitantes desta região do Uíge, o Maquela do Zombo, que há muito aguarda por grandes investimentos.









