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E Então: Chamaremos a Isso Educação?

Jornal Opais por Jornal Opais
27 de Setembro, 2023
Em Opinião
Tempo de Leitura: 4 mins de leitura
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A educação é extremamente importante para o desenvolvimento de qualquer individuo, visto que o capacita, sendo até mesmo capaz de contribuir para a melhorada sua qualidade de vida.

Neste quadro, defino a educação como “a ação ou o processo de dar ou receber conhecimentos gerais, de modo a desenvolver o poder de raciocínio e julgamento e, geralmente, preparar intelectualmente a si mesmo ou aos outros para avida” (Dicionário Eletrônico de Português 0.6)Não seria novidade pra ninguém que o sistema e padrão de educação vigente em nosso país já tem dado o que falar.

Pois como pode após mais de 20 anos de paz não sentir-se entre nós os exauríveis ganhos deste instrumento (que é a educação) no fomento e estabilidade da harmonial social e desenvolvimento sustentável?Indo adiante, as coisas começam ainda mais a piorar se considerarmos o facto de que, segundo o INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA, a taxa de analfabetismo no país, radicado no censo de 2014, situava-se em 25%, com relevância sobre o sexo feminino.

Como se deve presumir, a “não erradicação do analfabetismo tem um impacto negativo na produtividade e competividade nacional, sobretudo pela deficiente qualificação para exercer uma actividade profissional por parte de muitos Angolanos” (Joaquim Xanana). A educação desde a base, deveria ser tida como o angular fundamento para que a pessoa consiga encontrar o seu lugar no Mundo.

Pois que de igual, a alfabetização desenvolve no indivíduo a capacidade de socialização e possibilitao para a partilha de novos traços simbólicos, além de lhe facultar o acesso a bens culturais e outras facilidades sociais (Joaquim Xanana).

É óbvio que também não posso deixar de enfatizar que a educação qualificada abre sempre “portas e janelas” para o desenvolvimento humano, dando meios para erradicar a pobreza, qualificando o indivíduo para o mercado de emprego, o que elimina por conseguinte a fome e outros males sociais que resultariam na falta disso (como a prostituição, delinquência, vandalismo, etc).

Enfim, não posso deixar de apresentar, fora da visão acomodada sugerida por muitos autores, que as iniciativas do governo não têm sabido dar respostas ao grande défice de analfabetismo no país.

Justifico a minha observação, a princípio, pautando-me na evidência de que, se entre 1975 à 2002 o grande índice de anafabetismo girava a volta das pessoas com idade elevada (30 à 60 anos de idade), hoje, por menor que sejam as percentagens (comparando 70% da população nos anos 70 com apenas 25% para nós segundo o censo de 2014), o maior índice gira em volta de pessoas (cidadãos) com idade escolar.

Estou querendo dizer que em termos estatísticos, a parte considerável das pessoas consideradas hoje como analfabetas são dos que estão ainda na flor da idade.

Por outro lado, precisamos ser sinceros que as dinâmicas internacionais, que desde o século XVIII constituiu absoluta necessidade do uso da escrita, pressionou o nosso país (na verdade a África inteira), a promover a obrigatoriedade de cidadãos alfabetizados e produtivos – o que deixa claro que, algumas medidas de combate ao anabetismo que foram implementadas no país (de 2002- 2014), não se tratam apenas de iniciativas mormente internas do nosso governo, mas sim de políticas internacionais.

Continuando, até mesmo as iniciativas instauradas pelo governo – tais como o Programa de Alfabetização e Aceleração Escolar (PAAE) – não têm substancialmente alterado o quadro (sobretudo em pontos qualitativos).

Apesar de eu não ignorar os eventuais registos de alteração se comparadas com as que haviam na “Angola pós- guerra Civil (2002)”, elucido que precisamos recordar que o nosso território não se resume simplesmente aos centros urbanos de Luanga, Benguela e Huambo.

Isto porque a imagem de tão grande trabalho de combate ao analfabetismo começa a descair, se começarmos a olhar para as Zonas não tão afastadas dos grandes centros, das províncias como Cunene, Cabinda, Moxico e tantas outras.

E se por um lado está a carência de escolas primárias em determinadas zonas, e para outros a distância entre elas e os moradores, nas periferias e nos centros urbanos (como é o caso de Luanda), está também incluso a capacidade ou qualificação da equipe de docentes (professores) destas instituições.

Sem ignorar os assuntos relacionados, com a pequenez dos conteúdos programáticos que são ministrados em nossas instituições de ensino público (que ora abordam realidades que não se encaixam aos contextos socioculturais do nosso país, ora abordam dados irrelevantes para o nível em que se ministram), a incapacidade ou falta de preparo dos professores, tornam várias de nossas escolas em meros covis de “passatempo.”

O título e exemplo, em nossa casa tivemos dois casos em que devido a estes dilemas, fomos obrigados a enquadrar nossos “Kanukos – Crianças” em escolas alternativas conhecidas como “explicação”, só para fazer frente ao analfabetismo que parecia insistente (apesar de já frequentarem a 4ᵃ classe em uma escola pública da zona).

Quem dera que maior atenção fosse dada não simplesmente as construções de novas escolas, como igualmente a qualidade de ensino e dos docentes nas escolas já existentes.

O governo precisa fazer uma intervenção qualitativa olhando para o destino da juventude em crescimento que em larga escala, têm aumentado o nível académico em desproporção ao nível de assimilação e aprendizagem.

Se não mudarmos o quadro, estaremos registando nos próximos censos, uma Angola que, tenha em passos largos, uma boa parte da população com elevado nível académico, mas com imprecisão educativa. E Então: Chamaremos a Isso Educação?

 

Por: SAMPAIO HERCULANO

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