Dia 15 deste mês terminou oficialmente o período de cacimbo, abrindo assim caminho para a época das chuvas, uma das mais necessitadas pelos agricultores nos campos, mas odiada por muitos daqueles que vivem em zonas de risco.
Quase duas semanas depois de ter sido dado como findo, pelo menos de acordo com os dados oficiais, o frio ainda se faz sentir em várias zonas.
Mas não é o mesmo frio que sentem, de modo figurado, todos aqueles que esperavam ver terminadas algumas infra-estruturas em curso, mormente as estradas que servem de ligação entre as províncias, municípios, distritos e até aldeias.
Recentemente, noticiou-se que existe um número elevado de obras então adjudicadas paradas, entre as quais escolas, hospitais e estradas.
Em relação às duas primeiras infra-estruturas, podem não existir grandes problemas, uma vez que a sua conclusão pode não ser afectada directamente pelo fenómeno natural, mas o mesmo já não se pode dizer quanto às estradas.
Há dois anos das próximas eleições gerais, a recuperação das principais vias de comunicação ainda é vista como um dos principais elos para o desenvolvimento do país.
Por exemplo, a Estrada Nacional 230, que liga o Norte ao Leste do país, era expectável que nesta fase apresentasse um nível de execução muito maior do que existe, sobretudo no eixo Catete-Maria Teresa, assim como Maria Teresa- Caxilo e deste ponto a Ndalatando.
Na Estrada Nacional 100, por outro lado, que rasga o Sul do país, há igualmente troços que agora, com o ressurgimento das chuvas, poderão sofrer alguns revezes para a sua conclusão, o que poderá comprometer os timings inicialmente previstos para as referidas empreitadas.
É sabido que, a nível das infra-estruturas no geral, normalmente, o valor das empreitadas e os níveis de execução acabam por condicionar o andamento das obras, mas ainda assim as condições meteorológicas devem sempre ser tidas em conta.
O que não parece muitas vezes acontecer entre nós. Há poucas semanas, um investidor na província do Cuanza-Norte teve a ousadia de contar o número de buracos existentes entre Catete e Maria Teresa. Uma proeza que poucos conseguiriam.
Mas, na verdade, o que se quis retratar é que, antes mesmo de as chuvas terem chegado, já mostrava indícios de que, tão logo reinicie o aguaceiro, este importante troço se tornava num verdadeiro quebra-cabeça para os camionistas e os próprios passageiros. Tem-se dito, sobretudo pelo senso comum, que promessa é dívida.
E em política não é diferente, sobretudo para quem tenha dado indicadores de que nesta fase do campeonato muitas das dificuldades estariam já ultrapassadas.