Por estes dias, tem sido apaixonante acompanhar a política brasileira. Desde as escaramuças de 8 de Janeiro do ano de 2022 que muitos se perguntavam sobre o futuro político dos promotores desta infeliz tentativa de inviabilização das instituições deste país.
Ao longo dos últimos três anos de gestão do governo Lula, com sinais ainda mais positivos do que na sua primeira passagem, uma das questões mais prementes tem sido assistir ao desenrolar da actuação das duas alas políticas mais representativas.
Isto é, o Partido dos Trabalhadores (PT), assumidamente de esquerda, e o PL, de direita, assim como outros aficionados do grupo ainda liderado pelo então Presidente Jair Messias Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses de prisão, depois de julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Trago à liça este assunto muito por conta dos posicionamentos ideológicos dos partidos políticos e as suas acções no sentido de corresponderem àquilo que há muito veio gizado nos seus estatutos ou então sofreram uma readaptação ao longo dos tempos.
Hoje, a sociedade brasileira está rachada ao meio muito por conta da influência que os políticos vão introduzindo, não importando sequer os meios para ultrapassarem os seus dilemas. E não são poucas as semelhanças que também vamos vivendo, onde alguns, mesmo cientes dos erros dos seus dirigentes, mantêm-se fiéis prosélitos, menosprezando até mesmo a própria justiça.
No Brasil, chegou-se ao cúmulo de um político e deputado federal, Eduardo Bolsonaro, ter preferido usar uma suposta influência junto da direita americana para que o seu país sofresse sanções no sentido de ver revertida a condenação do pai: Jair Bolsonaro. Falar disso em Angola, hoje, parece ser algo estúpido para alguns que acompanham vivamente a política.
Há quem julgue impossível que os nossos políticos um dia possam agir deste modo. Engano. A verdade é que já houve quem tivesse ameaçado a nível interno se queixar aos americanos por conta das nossas situações.
Do outro lado do Atlântico, apesar do tarifaço, que vai reduzindo de algum modo mesmo sem negociações entre Brasil e os Estados Unidos, o poder político não se intimidou, condenou os prevaricadores, incluindo um antigo Presidente da República, demonstrando a solidez do seu sistema e a separação entre os três poderes.
Uma vez mais fica evidente que para males internos, soluções internas. E mais do que se mergulhar em expectativas geradas além-fronteiras, será entre angolanos que se poderão buscar os antídotos para os nossos males.