À medida que os anos vão passando, algumas certezas se vão evidenciando. Algumas vezes acabando com a impressão de estar perante um déjà vu, ou seja, a viver uma situação que já tenhamos presenciado num passado mais distante ou até próximo.
Como hoje, recordo-me de, numa visita à China, com um grupo de jornalistas angolanos, termos ouvido de um empresário deste país a seguinte afirmação: ‘por favor, digam ao vosso Governo para que abra as portas para os empresários puderem entrar’. Já lá vão mais de 10 anos.
O apelo foi feito numa altura em que ainda vivíamos sob os auspícios do então Presidente José Eduardo dos Santos, com algum investimento externo, mas para alguns era visto como irrisório, porque tencionavam colocar mais dinheiro e projectos em solo angolano, embora existam aqueles que se dizem afastados pelo suposto índice do Doing Business.
Quando se levantou a tese da diplomacia económica, já durante a vigência do Presidente João Lourenço, assente na tese de que Angola se deveria abrir para mais mercados, era quase que inevitável que surgissem empresários de vários países, alguns até de modo individual, que não fossem olhar a meios para poder investir e obter o competente retorno.
Angola, por incrível que pareça – e as enchentes que se observavam em algumas representações diplomáticas do nosso país testemunham – foi e continuará a ser visto como um autêntico ‘el dorado’.
Não é em vão que cidadãos africanos e de outras partes do mundo, quando aqui arredam os pés, não pretendem se ausentar mais, diferente dos próprios angolanos, hoje com mais de 2500 milionários, que preferem expatriar os seus recursos para a Europa, alimentando as economias destes países.
E na esteira da visita do Presidente dos Emirados Árabes Unidos, o Presidente da República de Angola, João Lourenço, valorizou altamente o conteúdo das relações que Angola tem vindo a manter com os Emirados Árabes Unidos, reforçadas ontem com a assinatura de mais de 40 acordos em diferentes domínios e que, quantificados, representam uma injecção de 6,5 mil milhões de dólares na economia angolana.
Trata-se de “um indiscutível impacto na criação de milhares de postos de trabalho que vão absorver essencialmente jovens com diferentes níveis de qualificação”, segundo o Chefe de Estado na sua alocução, feita diante da delegação emirati e de vários membros do Executivo angolano.
Consta que os acordos e financiamentos terão o propósito de criar um quadro mais abrangente de intercâmbio entre os nossos países ao nível institucional, comercial, político e cultural mais propenso ao fomento de sinergias, sobretudo em áreas-chave como as energias renováveis, a logística portuária e aeroportuária, o sector mineiro, a agricultura e o agro-negócio.