Há uma obra com o mesmo título: Terrorista elegante. Foi escrita a duas mãos. Dois dos mais conceituados autores da lusofonia, o angolano José Eduardo Agualusa e o moçambicano Mia Couto, trazem-nos alguns contos sobre factos sociais do quotidiano, entre os quais de um personagem que tencionava matar o seu antigo amor por conta dos acontecimentos do passado. Trata-se de um livro de fácil leitura, daqueles que poderiam caber no bolso de um amante das letras.
Mas, quem olha para o seu título mergulha, evidentemente, em pensamentos que remetem a acontecimentos que nos levaram a cenários catastróficos como, por exemplo, os de 11 de Setembro ou mesmo outros atentados terroristas que se passaram no continente americano ou europeu.
Diferente dos tempos passados, em que o terror ficava plasmado única e exclusivamente na ponta do fuzil, na audácia dos engenhosos bombistas ou mesmo naqueles que, com responsabilidades religiosas, levam outros a se imolarem ou invadirem espaços para atirar a matar indiscriminadamente, hoje há muitos estragos que vão sendo feitos de forma mais ardilosa, mas funcional.
Há um terrorismo crescente. Um terrorismo que se estende a profissões que pareciam inofensivas e ainda mais a pessoas que hoje fazem das redes sociais o meio de discussão e de dissuasão política. É feito por gente supostamente bem preparada, longe dos terroristas normais que ainda lêem uma mensagem de despedida, porque é no silêncio das palavras que procuram desprestigiar tudo quanto se faz.
Escudados numa pretensa liberdade de informação, vê-se, sem qualquer esforço, o terrorismo que é feito por muitos que procuram a todo tempo e momento menosprezar o que é feito.
Não se trata de uma posição isolada, por conta do descrédito que apontam a certos sectores do Executivo, mas sim de posições estruturadas no sentido de se retirar dos populares a mínima sensação de que se esteja a dar passos no sentido de se resolver os problemas mais prementes da nossa sociedade.
Noticiou-se, há dias, que a cadeia de hotéis Hilton deverá instalar-se em Angola com três unidades, sendo duas em Luanda e uma terceira em Cabinda. Uma informação que, em princípio, deve alegrar os angolanos e não só, porque, de forma directa, irá empregar cidadãos nacionais e, indirecta, outras centenas.
A entrada do grupo Hilton, contando hoje com o braço de um empresário angolano até então radicado no sector do petróleo e restauração, é uma resposta também ao apelo do Executivo para que se invista no turismo.
E pode servir de chamariz para outros investidores e cadeias internacionais, dadas as potencialidades que o país possui. Espanta que sejam muitos angolanos que estejam a olhar para o investimento como algo insignificante.
Lembro-me de ter ouvido de alguém que serão somente 200 postos de trabalho, o que para quem opinou acredita ser uma cifra sem qualquer expressão: ledo engano.
Com enormes potencialidades, na sua fauna e flora, Angola ganharia muito se visse nos seus próprios cidadãos promotores para que indivíduos de outros países pudessem nos visitar, o que proporcionaria renda para milhares de cidadãos. Pena é que muitos fazem o contrário. De forma elegante, torturam os ouvidos ou os olhos daqueles que procuram informa