A TAAG tem um novo presidente do Conselho de Administração. Chama-se Clovis da Rosa. Antes mesmo de ter sido nomeado, já circulavam muitas informações sobre a sua nomeação, e acabou por se confirmar. Para gáudio de uns e, certamente, tristeza de outros.
Em Angola, na maior parte dos casos, a indicação de um novo titular de uma empresa implicará, necessariamente, mexidas nas peças intermédias, sendo poucos os exemplos em que se poupou até aqueles que, durante a vigência do anterior, efectuaram um bom trabalho. Mas o caso da TAAG é especial.
O interesse que desperta no seio dos angolanos, os fundos que envolvem e até mesmo os salários tidos por muitos como principescos acabam sempre por despertar o interesse de muitos, até mesmo aqueles que desconhecem os meandros do próprio negócio. Se se tiver em conta os valores pagos por outras companhias, incluindo muitas de top no sector no mundo, estaremos nós a oferecer apenas mínimos num mundo de fortes concorrências.
Mas, em contrapartida, alguns dos manda-chuvas apresentam resultados líquidos positivos, ten- do em conta os investimentos que as companhias contratantes efectuam. Há vários anos que a TAAG vai ensaiando não só modelos de gestão como também uma reestruturação que, neste momento, já deveria ter colocado a companhia no pedestal, ao menos a nível das melhores africanas, onde desponta a Ethiopian AirLines e, num passado recente, a South African AirLines.
Os primeiros passos foram ensaiados mesmo ainda no consulado do malogrado Presidente José Eduardo dos Santos, quando, a dado momento, se entregou a gestão da companhia à companhia Emirates que, pela primeira vez, em muitos anos, havia apresentado resultados líquidos positivos sob a direcção de Peter Hill.
Mas nem isso fez com que se afastasse a Emirates e os seus colaboradores. E períodos mais tarde, por intermédio de um vídeo que viralizou bastante, viram-se figuras de proa da sociedade angolana festejando pelo facto de se ter afastado o gestor inglês.
E tempos depois disse: ‘o futuro da TAAG está nas mãos do Governo, o qual tem duas alternativas: seguir o caminho da mudança que oferece um futuro à companhia aé- rea e ao país, ou retornar aos hábitos do passado, que todos nós trabalhámos no duro para deixar para trás’.
Os anos vão passando, as equipas de gestão alteradas e novas aeronaves têm sido adquiridas, mas, ainda assim, são notórias muitas insuficiências da companhia de bandeira que nos obrigam a recuar e analisar com pertinência o que foi dito há alguns anos pelo inglês.
No subconsciente de cada um, facilmente já se consegue divisar de que lado estamos nesta fase.