Procurar um outro país para estudar, viver ou realizar outras acções que não se conseguem na terra natal nunca deveria ser uma espinha na garganta de qualquer governante que se preze. Afinal, a falta de realização em solo pátrio acaba por se transformar no combustível que faz com que cada cidadão de um certo país procure mecanismos para fazê-lo num outro território.
Os angolanos nunca foram verdadeiros cidadãos do mundo, à semelhança do que ocorre com cidadãos de alguns países africanos que se sentem tentados a partir desde que vieram ao mundo por conta das necessidades que passam nos seus países. nos últimos anos, por conta da crise económica e social, a imigração voltou à baila.
Há, em muitos, um sentimento e a necessidade de partir, embora seja daqueles que pensam que o melhor local para se poder realizar ainda continua a ser Angola, independentemente das dificuldades actuais. A busca do el dourado europeu ou norte-americano fez com que dezenas ou centenas de cidadãos investissem até mesmo as suas últimas economias
Alguns desfazendo-se das residências, carros e outros bens móveis e imóveis, cientes de que lá onde forem conseguirão obter o dobro ou o triplo daquilo que abdicaram. A verdade é que hoje o sonho europeu ou americano não se assemelha aos tempos dourados.
O aumento dos níveis de imigração e o crescimento de uma extrema direita pelo mundo vão-se constituindo numa espécie de travão para que muitos não pisem nestes continentes, como também não atinjam os objectivos inicialmente preconizados.
Há cada vez mais governos de direita e até mesmo de esquerda que vão cedendo aos apelos dos seus cidadãos no sentido de diminuírem o fluxo de imigrantes que vêm da Ásia, África e até mesmo América latina. e com isso, vão devolvendo estes imigrantes para os seus países, em muitos dos quais nem sequer as condições que possuíam conseguiram manter intactas, o que vai obrigar com que tenham de recomeçar as suas vidas.
Quando donald trump chegou ao poder, as autoridades norte-americanas decidiram repatriar milhares de cidadãos para os seus países. entre estes estão, infelizmente, também muitos angolanos que poderão ver o sonho americano cada vez mais distante. na última semana, o governo português também já manifestou que irá repatriar muitos imigrantes ilegais no seu país, esperando-se que não existam nesta condição muitos angolanos.
A verdade é que, com as políticas migratórias cada vez mais duras pelo mundo, vai-se cimentando cada vez mais a ideia de que o espaço mais seguro para qualquer um de nós será sempre o nosso país de origem. Mas, para tal, é preciso que os respectivos governos criem condições para os seus cidadãos, caso contrário enfrentarão cada vez mais um rol de críticas.